segunda-feira, 29 de abril de 2013

Aplausos, foguetes, palmas, gritos de guerra, alegria geral. A UEB apresentou o novo uniforme!



Conversa ao pé do fogo.
Aplausos, foguetes, palmas, gritos de guerra, alegria geral.
A UEB apresentou o novo uniforme!

                  Tento a minha maneira ser sério. Procuro me controlar para não sair por aí “com um violão debaixo do braço”. Mas adianta? Como diz o velho ditado, “Besta é quem acendeu a vela, prá defunto que não é seu”. Risos. Mas amigos, essa UEB é demais. Depois de anos eis que ela apresenta o novo uniforme no Congresso Nacional. Faz uma enorme festa explicando sem explicar nada. Diz que tudo foi muito bem planejado. Bem arquitetado isto sim. Pressionada disse o que não disse em pequenos relatos para uns e outros. Argumenta que “outros” conhecedores fizeram pesquisas com escoteiros, e planejaram tudo para que seja um tremendo sucesso o novo uniforme. Sempre foi assim. Ela joga para o publico Escoteiro como se todos fossem subservientes, incapazes de opinar, e ainda se coloca como um Messias para que todos batam palmas, gritem, soltem foguetes pela sua magnifica ideia. Atenção, não discuto se ele e bonito ou feio, não é isto, discuto a maneira com que foram tratados os setenta e sete mil que a UEB alega ter.

                 Para que nada falhe, é preparada uma apoteose da apresentação, monta-se uma “fanpage” na rede social Facebook só para que os pobres mortais escoteiros conheçam seu novo uniforme, ou melhor, o novo traje escoteiro. Pela manhã deixam todos com água na boca - Aguardem! O espetáculo será à tarde!  E não foi só, a apresentação foi digna de um SPFW (São Paulo Faschion Week). Faltou o rufar dos tambores. - Respeitável público, com vocês! O novo traje. A porta se abre, os modelos e as modelos vão entrando, no recinto do teatro todos de pé. Grande expectativa. Enfim, ali está ele! Ou melhor, eles! Dezenove ao todo. Aplausos. Todos boquiabertos! Agora sim, seremos reconhecidos por toda a sociedade brasileira. Dezenove modelos para escolher. Pode? Onde vocês já viram isto antes? Eu nunca vi. Como são inteligentes não? 

                 Porque a UEB não fez isto antes? Porque não discutiu o tema? Porque não fez consultas a quem realmente interessa este uniforme? Os jovens foram consultados? A UEB diz que sim milhares de jovens dizem que não. Meia dúzia decide por milhares? Pena que muitos que acreditam na onipotência dos dirigentes iram aplaudir como se este novo traje fosse à redenção do escotismo brasileiro. Ela ainda em sua “fanpage” tenta explicar suas razões e incrivelmente colocam como fonte o também Doutor Jean Cassaigneau que fez um magnifico trabalho para a UEB em 2007. (A pedido da CAN/UEB em 1907 o Doutor Jean Cassaigneau fez um estudo para a UEB mostrando diversas situações e sugerindo modificações no escotismo brasileiro – se alguém se interessar em receber seu trabalho tenho o mesmo em PDF). Para quem não leu, o Doutor Jean Cassaigneau fez inúmeras sugestões todas elas de excelente conteúdo, mas ignorada pelos dirigentes da UEB. Alguns dizem que não, mas nunca em tempo algum colocaram os temas que ele apresentou em discussão. Agora aproveitam para colocar o novo traje como redenção, como se fosse à fonte salvadora do escotismo.

                   O Doutor Jean Cassaigneau tocou em enormes feridas da UEB. Algumas: - O escotismo é visto como um clube falta divulgação e quando é feita é desvirtuada. Os jovens escoteiros não compram muito a ideia do que estão vendo. Não existe um bom trabalho para mostrar o escotismo na sociedade e principalmente junto aos responsáveis pela educação no pais. Continua ele – O publico acredita que somos um movimento fechado, sempre dentro das sedes escoteiras. A UEB tem de mudar a imagem do Escoteiro Biscoito para um escotismo com formação do caráter, um movimento sério com preparação vocacional e compromisso social. Rebater sempre a vergonha de se mostrarem em público, nossa linguagem (o programa) muitas vezes são incompreendidas. Temos que mudar a imagem do Escoteiro “Babaca”, do Escoteiro “Cata-lixo” e diversificar para uma presença ativa na comunidade.

                   Não é só isto, o Doutor Jean Cassaigneau colocou centenas de sugestões. Mostra como “vender nosso peixe” e acabar com a centralização. Menos burocracia, menos política, menos instabilidade. A UEB é um trem com vagões pesados! – Continua ele, a UEB não faz rodar a roda que inventou o Baden Powell. A UEB é como uma ostra – apenas abre-se e fecha-se imediatamente. A UEB cuida da política e não da administração. A Estrutura da UEB é feudal e fechada! – Cada membro da UEB está fazendo do seu jeito. É preciso ser um colegiado e não levar em conta a promoção pessoal. A UEB É UMA FOGUEIRA DE VAIDADES ONDE SE BRIGA POR BESTEIRA! – Palavras dele não minha. Tudo que escreveu é um fato. Vejam estas – O escotismo antes era desafio e conquista, agora é brincadeira. Qualquer grande organização que se preze antes de “vender” um produto novo, realiza uma pesquisa de opinião para saber se o produto irá “vender” bem, ou a melhor forma de fazê-lo. Perguntar não ofende, não faz mal, pelo contrário, valoriza a pessoa e torna a política mais sábia. O programa novo é calmo demais (?).

                   A UEB simplesmente aproveitou uma sugestão dele do uniforme e o citou como pessoa capaz e importante no escotismo mundial. E as demais sugestões? Nada? Afinal ele tinha uma enorme experiência como antigo Secretario Geral Adjunto da Organização Mundial do Movimento Escoteiro (OMME). O relatório é excelente, peca em alguns itens, mas no todo atinge perfeitamente o objetivo e olhem, foi a UEB quem pediu o estudo e depois o encostou na prateleira do tempo. Fico sempre no que disse Baden Powell, o que importa são os resultados e infelizmente eles não são bons. Agora os dirigentes estão felizes. Muitos irão bater palmas. Deveriam bater palmas para os setenta e sete mil clientes cativos para o novo uniforme. Quem não gostaria de ter uma turma assim? Prestem atenção, dentro de dois anos ou por aí irão acabar com todos que existem hoje. Escotismo para ricos. Como diz um amigo meu, gostaria de ser a confecção que vai receber os pedidos.

                   Bem encerro por aqui. Se necessário volto ao tema. Ainda bem que escrevo historias contos, lendas e eu fujo em minha mente para estes que fazem um escotismo de verdade. Assim como eles que habitam a minha mente, eu sei que muitos jovens que lutam em suas patrulhas pensam como eu. Os mais novos serão facilmente enganados. Eles gostam de coisas novas. Ainda não mediram os gastos. Vamos aguardar quem viver vera!    

“Tem gente que é um gansinho no modo que vai atrás, Dos outros que vão à frente - nem sabe para onde vai... Nas pisadas do pai ganso, vai pisando o filho atrás! Ele nunca fará nada que não tenha feito o pai”.


quinta-feira, 18 de abril de 2013

Soy loco por ti, América! O chefe e o dirigente;

Eu sei que vossa excelência preferia uma delicada mentira; mas eu não conheço nada mais delicado que a verdade.

Soy loco por ti, América!
O chefe e o dirigente;

                           Escotismo para quem vive e participa é um vicio que “gruda” na alma,
no espírito e no coração. Dificilmente o deixamos. A gente entra e cada dia mais e mais vai sendo amarrado como se fosse uma prisão sem chance de sair dali facilmente. Talvez eu tenha feito uma comparação idiota e poderia copiar outras tantas de pensadores, poetas ou mesmo artistas de frases bombásticas. Mas não estou inspirado para tanto. Vejam bem, nosso movimento tem tudo para ser o maior movimento de jovens de todos os tempos. E por que não o somos? Onde está o erro? Porque as autoridades educacionais e politicas não acreditam em nós? Ainda nos olham como um movimento ultrapassado onde a meninada “vende biscoito” brinca de faz de conta e servem para limpar praças e plantar árvores? Sei que tem aqui e ali comunidades que acreditam e apoiam que poderíamos mudar este estado de coisa. Mas são poucos, muito poucos.

                           Converso aqui, ouço ali, vejo lá e pouca coisa mudou. Sempre os novos dirigentes exaltando suas novas ideias, suas qualidades, seus novos programas e o escotismo vai caminhando, caminhando e até hoje sinceramente não senti nada de válido em tudo isto. Como digo sempre, nada de novo no Front. De vez em quando se coloca um lenço no pescoço de um presidente, exalta-se um senador, um prefeito, um deputado e fico pensando, é isto que queremos? Aquele presidente, aquele senador, aquele prefeito ou o deputado foram do movimento e sabem suas qualidades na formação da juventude? Eles são os exemplos de caráter e ética? Fico mais naquela frase meio jocosa – “Me engana que eu gosto”. Mas tem os defensores. Milhares deles.  

                           Não é exemplo geral, nada disto. Mas quando vejo escotistas bem formados lutando para ser um formador, um novo Assistente regional, lutando para ter seu lugarzinho na Assembleia Nacional olho para o chão e penso: - Vale a pena? – Vejo em muitos estados dezenas de formadores. Outro dia disseram-me que poucos estão na ativa. Outro reclama que nunca é convidado. A maioria passa anos e anos sem atuar. Só para os amigos do Rei? Se for não mudou nada do passado. Mas o sonho de ver adultos em sua frente respondendo aos seus sinais manuais, em olhar nos seus olhos quando se faz uma palestra, pensar se atingiu o objetivo nem sempre é o caminho para o sucesso.

                        Eu me pergunto se não vale a pena ser um simples Chefe. Poxa, ele não é exaltado, venerado, tantas e tantas crendices que às vezes penso que estamos diante de um santo? Mas qual o valor dele para os dirigentes? São simples seguidores? Vaquinhas de presépio? Faça o que eu mando e não o que eu faço? – Fui um deles há anos e anos. Em sete anos na frente de uma região me encheram de condecorações e elogios. E quem não gosta? Depois voltei a ser um simples Chefe. Nunca mais recebi nada. A não ser pais que me olhavam e diziam – Obrigado Chefe. Mas porque fui esquecido? Por quê? Antes eu era mais importante que o Chefe? Porque noventa e oito por cento dos nossos adultos no escotismo, não são agraciados com nada? Tem método? Tem orientações e normas para isto? Só para o Chefe? E para o dirigente não tem? É... Melhor lutar para ser um dirigente.  Sei que tem aqueles que vão dizer que existem os caminhos certos. Certos? Diga-me meus amigos, quem vale mais o Chefe ou o Dirigente? Podes me dizer? Escolha um. Não vale dizer que ambos são importantes.

                        Olhe por este lado, o Chefe está com os jovens, luta com eles no dia a dia, motiva, ajuda, é um irmão mais "Velho", de vez em quando substitui o pai e a mãe, sente suas dores, seus sonhos e seus amores. E o dirigente? Ele faz falta? Não sei. Acho que nem tanto. Uma vez li um livro de Aldous Huxler (Admirável mundo novo) que ele sintetizava sobre uma organização, seja ela o que for:
“ Uma organização não é consciente nem viva”. Seu valor é instrumental e derivado. Não é boa em si; É boa apenas na medida em que promoveu o bem dos indivíduos que são partes do todo. Dar primazia às organizações sobre as pessoas é subordinar os fins aos meios.
Tudo estaria a salvo se toda a população fosse capaz de ler e se permitisse que toda espécie de opiniões fosse dirigida aos homens, pela palavra ou pela escrita, e se pelo voto, os homens pudessem eleger um legislativo que representasse às opiniões que tivessem adotado!

                       Poderia abrir um leque sobre tudo isto, mas vale a pena? Há anos que venho dizendo que precisamos olhar melhor nossos dirigentes, discordar se preciso, fazer boas escolhas de adultos até no próprio grupo escoteiro. Estamos como dizem por aí no limiar de uma nova era. Novos dirigentes (exceto os donos do poder na equipe de formação que são eternos e não duvide, são eles que estão mandando nos últimos quarenta anos) e me dizem que existem uma nova safra. Não sei se nova pois na maioria são indicados pelos que saem (não saem, ficam na liderança sem ninguém
observar) E quem foi eleito? “Situação” ou “oposição”? Nem precisa perguntar. E olhe que sempre são eleitos por uma boa maioria. Falar o que? Interessante que nem um mês se passou  e lá estão os novos Assistentes mostrando serviço. São atividades distritais, regionais e ali está ele, se dirigindo aos jovens, motivando-os para suas atividades. Chefes, oh! Chefes. Entrem na fila. Espere sua vez. Ele sabe que seu caminho o conduzirá a vida eterna (risos) ele é mais importante que você. Você não é nada. Não vai demorar e seus meninos nem vai precisar mais de você. Basta acompanhar o que se passa nos sites que falam sobre escotismo.

                        Mas de quem é a culpa de tudo isto? Dos chefes é claro. Eles aceitam sem discutir e os que discordam preferem ficar na sua. Alguns acham que a disciplina os obriga a isto. Dizem por aí que tudo aquilo que o comunismo fazia para saber a vida de todo cidadão existe um pouco no escotismo. Sempre tem alguém para informar, monitorar e por aí vai. Sou duro? Estou vendo fantasmas? Risos. Quem sabe estou ficando “gagá” “senil” e posso até estar errado? Mas claro, estou errado. Não existem sonhos de chefes em ser formador, em liderar outros adultos, pois já lideraram tantos os jovens que agora vão partir para novos caminhos. Não existem sonhos de chefes de ser um líder distrital, regional e nem tampouco existe o sonho de ser um dirigente e de pertencerem à elite, a casta, a verdadeira força do escotismo nacional. Se conseguires o quarto “taco” meu amigo, será elevado a rei e chefes são chefes, nada mais que isto.

                       E se prepararem todos. Vem aí brevemente uma “enxurrada” de novas atividades distritais, regionais e nacionais. Claro para os ricos, pois os pobres dificilmente poderão participar. Não foi sempre assim? Se sua tropa é pobre se contente com seu acampamento, apesar de ele sim mostrar toda a força do escotismo. Mas continuando sobre estas atividades dos nossos dirigentes, é assim que se dá uma força no caixa. E seja tudo o que Deus quiser.  Agora é motivar a moçada nos Facebook da vida. Quem vai? Os mais humildes chefes dificilmente terão seu valor reconhecido. Nunca irão poder dizer no voto ou no pensamento o que sentem, se estão de acordo ou não com as mudanças. Esqueçam-se do reconhecimento. Seja por um certificado de agradecimento pelo seu trabalho, seja por uma condecoração ou mesmo um elogio verbal. Isto não vai acontecer. Afinal você é Chefe, vá trabalhar com seus meninos e não se preocupem conosco. Não é isto que todos dizem? Ou será que não?

                        E cuidado jovens e chefes. Sempre tem alguém monitorando vocês. Cuidado com o que  escrevem e falam. Cuidado com suas posições radicais. A vida escoteira é maravilhosa. Pena que ainda não soubemos ser à força da mudança que se espera. Entra ano e sai ano sempre tem alguém para defender o que está aí. Seus argumentos são sólidos. – Chefe Osvaldo agora tudo está mudando. Aguarde e verás! Risos. Falaram-me isto nos últimos quarenta anos. Vamos bater palmas para todos que lá estão na liderança. Vamos ver se pelo menos dez por cento das promessas que fizeram serão realizadas. São Tomé que me ajude. Não sei se verei o sol Escoteiro brilhando para os meus quinhentos mil escoteiros no Brasil! É mentira Terta? Verdaaade! (Chico Anísio).      
                       
O grande inimigo da verdade não é muito frequentemente a mentira (deliberada, controvertida e desonesta), mas o mito - persistente, persuasivo, e não realista.


sábado, 6 de abril de 2013

Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!


Apenas para divertir, não me levem a sério!
Leis, regras, normas, artigos, parágrafos e outros “escambal”!

"Tenho seis regras que me ensinaram tudo o que sei: O quê, Por que, Quando, Como, Onde, e Quem?" (Rudyard Kipling).
"Qualquer idiota pode fazer uma regra e qualquer idiota a seguirá." 
 (Henry Thoreau).


               O mundo é feito de regras, normas, artigos, leis, decretos, parágrafos que até
me assusto com tudo isso. Nada podemos fazer sem pensar que podemos infligir alguma delas. Claro. São necessárias. Assim dizem. E no escotismo então? Uma parafernália. Cada dia que passa mais normas, mais regras, mas artigos dizendo o que podemos e não podemos fazer. No final da década de cinquenta, uns sábios fizeram um tal de POR. Princípios, Organizações e Regras da União dos Escoteiros do Brasil. Lindo! Um grande livro. Muitas páginas, completo. Diz tudo que você pode ou não fazer. Acho que pouca gente leu tudo! Risos.


               Tem hora que me sinto cerceado. Se hoje estivesse à frente de uma sessão escoteira não sei se me desincumbiria bem das minhas responsabilidades. Hoje tudo mudou. Nada se faz sem pensar nas leis, regras, artigos, parágrafos ou o escambal. Certo? Claro que sim. Têm tantos por aí exigindo direitos que pode aparecer no escotismo alguém a exigir os seus. “Quero meus honorários”! Quero meus direitos! Quero minha Insígnia! Quero meu Tapir de Prata! Quero, quero... Saudades dos velhos tempos. Oi Romildo! E aí? Vamos acampar sábado? Era assim. Colocava minha mochila, ração A ou B, uma meia lona da barraca e lá ia eu cantando o Rataplã! (falando nisso você sabe cantar ele completo?)

               Agora? Se você quer ser voluntário no escotismo, vai ter de enfrentar mil normas, mil regras, mil leis. Um escambal. Antes não. Os chefes vinham dos pioneiros, que vinham dos seniores, que vinham dos escoteiros, que vinham dos lobinhos... Um escambal mesmo. Difícil isso hoje. Prefiro nem comentar. Mas se queres mesmo, preencha a ficha, leia as normas, as leis e observe bem, não tem letrinhas miúdas (ou tem?) e depois vais receber um “Tutor ou assessor pessoal” Será o responsável pelo seu desenvolvimento. Ele dirá sim ou não se você serve ou não para ser um Escotista e claro lhe mostrar o caminho a seguir. Oi, esqueci, tem de aprender informática, pois se não souber “mexer” no tal SIGUE e se não tiver a senha “babau!”.

                Risos. De muitos tutores e assessores que vejo atuando a maioria é Diretor Técnico. Afinal não temos tanta gente por aí “dando sopa” para tomar conta de “marmanjos” escoteiros e afinal não é qualquer um que tem um assessor pessoal. Eu gostaria de ter um. Já pensou? Dizem por aí que quem entra um belo dia amarra a ponta do lenço, pode ser com uma camiseta do grupo, ou pode ser sem camisa, tanto faz e já está promessado. Risos. Brincadeira. Sei que não é assim em muitos grupos. Mas tem tantos amarrando o lenço, sem uniforme, um belo chapéu australiano, um lindo tênis branco, uma bermuda amarela... Escoteiros! Avante!

                Acampar? Deus me livre. Não tem o pedido de autorização para o Comissário do distrito? E se for sair do seu Estado de origem, já pediu autorização dos estados onde vai passar? Isto deve ser feito em quatro vias. Uma para o grupo, uma para o distrito uma para a região e uma para a direção nacional. Se possível com firma reconhecida! Risos. E depois? Uma autorização por escrito dos pais. Também com firma reconhecida. E tome cuidado. Se houver um gritinho mais alto do chefe, os pais podem processá-lo. Se um pai for advogado é melhor não acampar mesmo. Fique em casa no Facebook que vai ganhar muito mais. Risos.

              Depois, depois, é fazer centenas de processos. Para Liz de Ouro, para Escoteiro da Pátria, para Insígnia de BP, para Condecorações, Para os cordões de eficiência, para, para, para... Risos. Melhor contratar um contador para isso. Nunca vi tantos processos e ainda dizem que o escoteiro tem uma só palavra. Mas enfim, isso é a modernidade. Cada dia recebendo novas normas. – “A partir desta data, fica determinado que a determinação anterior não deva determinar mais nada!” Risos.

              Prefiro ficar em casa. Já não posso mais andar direito mesmo. Falar então? E olhem, meus olhos se confundem quando leio tantas normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos... Isso é um escambal. No bom sentido.  Mas enfim, sempre me lembram de que o mundo é outro. Deve ser. Estou aqui no computador, no Facebook. Não existia antes. Mas não será que antes eu era mais feliz e não sabia?

Nota – apenas um artigo, sem o intuito de ofender a quem quer que seja. Entendo perfeitamente a necessidade das normas, leis, decretos, regras, artigos, parágrafos etc. Sem tudo isso seria uma “barafunda” sem tamanho. O teor deste artigo é apenas uma diversão cujos pensamentos meus vão e se vai do presente ao passado. Nada mais que um pobre "Velho" Escoteiro sem nada o que fazer e sentindo mudanças que não são suas. E viva o Facebook! Um escambal, isso sim! Risos.

O verdadeiro revolucionário é guiado por grandes sentimentos de generosidade; é impossível imaginar um revolucionário autêntico sem esta qualidade".

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Ser ou não ser, eis a questão!


Viver é enfrentar um problema atrás do outro. O modo como você o encara é que faz a diferença.

Benjamin Franklin


Ser ou não ser, eis a questão!

                 Não queria parodiar Shakespeare. “Ser ou não ser, eis a questão: será mais
nobre em nosso espírito sofrer pedras e setas com que a fortuna, enfurecida, nos alveja. Ou insurgir-nos contra um mar de provocações E em luta pôr-lhes fim? Morrer. dormir: não mais”. – O que tem a ver tudo isto com o que escrevo? Quem sabe nada a ver com minhas implicâncias atuais. Dizem que velhos são assim mesmo. Chatos, um pé no saco, implicantes. Mas ponham-se no meu lugar, vim de uma época de orgulho em tudo que fazíamos no escotismo. Onde o respeito à cidadania, as nossas tradições, a Lei Escoteira sempre se pautaram pela ética e o respeito. Claro, ética que acreditávamos, pois hoje a ética é vista de outra forma. Criam-se tantas coisas a bel prazer de um e de outro. Em nome de uma liberdade que não poderia existir criam-se uma norma um P.O.R que para mim não passam de ilusões de megalomania. Entendam isto não podia ser decisões de poucos. Todos os adultos deveriam estar envolvidos. Impossível? Impossível para quem não quer ouvir opiniões.

                A maioria dos estados já tem seus novos eleitos. Sempre a situação. Eram os melhores? Pode ser. Pode não ser. Comentários pipocam de norte a sul.  Muitos acreditando em mudança. Sei não. Eu sou igual São Tomé, tenho de ver para crer. Vou falar francamente. Não gosto de meias verdades. Estão prometendo muito. Talvez por que estão sendo cobrados por muitos. Mas sinceridade? Eu não faria assim. Não faria porque vejo o escotismo de uma maneira simples sem complicar. Se tivesse que decidir seria de outra maneira. Nada de burocracia. O Grupo Escoteiro se tornou uma empresa. Bom isto? Também não sei. São cursos para tudo. Aquela leveza, simplicidade do passado acabou. Precisamos de uma parafernália para sermos felizes pra sempre. Mentira? Veja abaixo:
Certidão de Busca para inscrição no município; Pagamento das taxas  pertinentes no próprio cartório. Estatuto Social em 03 vias; Proceder o Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica na Secretaria da Receita Federal e alvará de licença - corpo de bombeiros. Tem mais? Putz grila!

                 Acho interessante. Na maioria dos países com associações escoteiras, não se vê chefes inventando nada. Os uniformes são iguais de norte a sul salvo locais mais frios que usam calças compridas e magas também compridas. Aqui? Virou bagunça. Desculpe meus amigos mais chegados por falar assim. Um dirigente diz – Usem calça azul curta meia branca curtinha. Bah! E lá estão membros da direção e da equipe de formação usando. Não digo que estão errados nada disto. Foi implantado por dirigentes que adoram inventar. E os chapéus? ”É de tirar o chapéu”! Até nas cantinas dos “come quietos” agora são vendidos. Eles pululam nestas atividades de fazer caixa (camporees, ajuris, aventuras e etc) Olhe, não fique bravo comigo. Já disse. Sou um chato de galocha. Mas sabem me dá nos nervos ver dirigentes nacionais ou regionais de camiseta amarela, branca, azul seja lá o que for com o lenço. Claro, sei que aprovaram isto. Mas existe isto em pais sério? Pode até ser que tem alguns que imitaram jovens em jamborees e isto foi passando de mão em mão. Mas são minorias.

                Não sei se aprenderam alguma coisa do passado. Claro que sei que muitos são da nova geração. A geração que acha que pode tudo e que tudo é certo para eles. Acho que nunca ouviram falar de Garbo e Boa Ordem. Apresentação pessoal. Uniforme? O nome diz. Todos iguais. Ainda bem que temos gente que guardou no peito a lembrança do orgulho escoteiro. Souberam adaptar a modernidade sem esquecer o passado. Mantem viva a memoria Escoteira com orgulho. Ainda lembro-me do surgimento do outro uniforme. Calça cinza chumbo, camisa azul mescla. – Lembro que em atividades nacionais, ou no próprio Grupo Escoteiro o dirigente da atividade dizia – Chefes, o uniforme nesta atividade será o social ou o caqui. Hoje? Cada um se apresenta como quer. Uma parafernália de cores e tipos.

                Acho o escotismo tão simples, tão alegre, que as pessoas aborrecidas deveriam colocar o chapéu e sair por aí recitando “Hasta La Vista Baby”. (risos sei que me enquadro nisto). Quanto vale um sorriso? De graça para um Escoteiro. Um aperto de mão? Um orgulho de apertar a mão de alguém. E o Sempre Alerta? Questão de honra em ser o primeiro a dizer. Hoje? Não sei. Falo mais para os adultos e meu Deus como temos espalhados por aí tantos e tantos se pavoneando. Dizendo estarem no caminho para o sucesso. Quem sabe estão mesmo? E olhem, dou boas risadas numa charge que existia no passado – “E ainda dizem que somos um movimento organizado e uniformizado” – Época do Escoteiro Chefe Arthur Basbaum. Foi um orgulho para mim apertar sua mão. E seu uniforme? De cair o queixo.

               Mas os tempos são outros. As forjas da vida não temperam mais o aço que um dia forjaram escotistas dirigentes desta estirpe. Arthur Basbaum, Benjamim Sodré, Darcy Malta, Floriano de Paula escoteiros chefes que dava gosto olhar e aprender e cumprimentar. Sem desmerecer muitos que hoje primam pela sua honradez, caráter e ética e claro tem sua maneira de pensar, eu ainda me bato pela cidadania, do garbo e da apresentação. Não importa qual uniforme. Mas que seja um ou dois e que os chefes sirvam de exemplos para os jovens e outros chefes que virão. Esta barafunda de hoje joga por terra todo um trabalho realizado por aqueles que primavam pela apresentação.

               E viva os novos eleitos. Vamos dar um voto de confiança. Afinal isto nunca aconteceu. É uma luz no fim do túnel. Enquanto isto me deixem embarcar na Enterprise. Vou por aí onde ninguém esteve. Data estelar? Não sei. Espaço? Que seja a fronteira final. Estas são as viagens de um "Velho" Chefe Escoteiro chato de  galocha a bordo da nave estelar Enterprise. Em sua missão de três anos... Para explorar novos mundos... Novas regiões escoteiras, nova Direção Nacional, novos diretores regionais e pesquisar novas vidas... Novas civilizações escoteiras... Audaciosamente indo onde nenhum homem exceto Lord Baden Powell jamais esteve.

Preocupe-se mais com a sua consciência do que com sua reputação. Porque sua consciência é o que você é, e a sua reputação é o que os outros pensam de você. E o que os outros pensam, é problema deles.