sábado, 27 de junho de 2015

A saga do uniforme caqui. Capítulo 8.375.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
A saga do uniforme caqui. Capítulo 8.375.

            Mais um capítulo. Quando vai se encerrar esta saga? Bem eu já devia ter encerrado há muito tempo. Só não o fiz por que apareceram novos saudosistas e eu não podia deixá-los sós. Eles como eu têm sonhos, tem lembranças, são tradicionais ao seu modo. Para eles pouco importa o que hoje os valorosos lideres Escoteiros em nosso país façam. Eles sabem que não podem esmorecer e continuam sua luta. Luta inglória. Luta difícil, é uma história diferente onde eles não tem valor para a alta direção. Ela não prestigia seus colaboradores voluntários. Não acredita na palavra deles. Faz gato e sapato com exigências incabíveis e muitas vezes não aceita. Para mim isto é um absolutismo incomparável. Qualquer um que acompanhou a história sabe que a vestimenta foi imposta, foi quase obrigatória, condições? Duas: - Podem usar o caqui quem quiser. A vestimenta será padrão que a UEB já escolheu. Não acreditam? Conhecem algum dirigente ou formador que ainda usa o caqui? 

            Foram dois anos ou mais discutindo, montando peças, dando liberdade a um órgão que nem eleito foi para a escolha. Depois em uma longínqua Assembléia jogaram aos presentes o fantástico espetáculo de apresentação copiado do Faschion Week, um desfile de modas que todos conhecem. Espetáculo para ninguém colocar defeito. Planejado nos seus mínimos detalhes. A apresentação dos modelos e das modelos vendeu a todo Brasil um novo estilo, uma nova moda, uma nova apresentação que no dizer dos lideres seria a revolução do escotismo Brasileiro. Deu certo, a maioria aprovou sem pestanejar e tem muitos que se sentem ofendidos quando se comenta o histórico. E aqueles que alardeiam que houve consultas? Que houve transparência? E os preços? E a confecção de péssima qualidade? Coisas que acontecem dizem com qualquer roupa dizem. Que o digam os que esperam meses e recebem tudo errado. Mas não é o tema de minha crônica.

             O que queria escrever e defender é o meu tradicional uniforme caqui. Sei que não é tão tradicional assim houveram outros antes dele. Estão martelando situações que eu não conhecia sobre ele. Dizem que o brim é quente, que não é bom para andar no mato, que no frio as pernas de fora gelam. Outros disseram que é démodé, que ninguém gostava que a meninada sempre pedia para mudar o uniforme. Interessante que eu nos meus 66 anos de escotismo nunca ouvi isto. Quando a UEB abriu a participação feminina a tão falada coeducação a UEB determinou um uniforme. Era até simpático e palatável ao meu modo de ver. Mas a partir da década de noventa começaram as mudanças. Disseram que as moças queriam ficar iguais aos rapazes. Muitas partiram para o traje e outras para o caqui dependendo o que o Grupo usava. A UEB como sempre deixou as águas rolarem. Bagunçaram tudo. Não entendo esta posição em relação ao caqui. Afinal eu o uso deste que passei para a Tropa Escoteira. E olhe que os meus amigos da tropa e de outros grupos amigos nunca reclamaram. Naquele longínquo tempo nunca vi um Adestrador, um membro dirigente da UEB ou da Região se posicionar contra o caqui. Eles usavam sorrindo!

             Afinal sem me considerar o melhor Escoteiro, com o brim caqui passei noites em invernos rigorosos no Pico da Bandeira. Noites no Pico do Itatiaia, e nas Agulhas Negras, na Serra do Cipó, e em locais cujo frio pela manhã a gente via o gelo se formando no capim. Nem comentar de São Lourenço. Poucos conhecem. E tudo isto em barraca de duas lonas. Afinal para que serve um Fogo Espelho? Cruzei matas, florestas enormes, cai em rios, lagos, despenhadeiros e o uniforme secando no meu corpo. Eu mesmo aprendi a lavar e passar no campo (passar a moda Escoteira). Andei com ele pelo Vale do Rio Doce com sol de quarenta e cinco graus. Dei voltas no Vale do Aço, do Jequitinhonha, e tantos outros vales deste Brasil. Fui a Teófilo Otoni e de lá a cidade de Canavieiras na Baia voltando por Vitória no Espírito santo de Bicicleta. Sempre com ele. Calor? Frio? Para que a manta? Para que a camiseta quando precisava? Contar o que fiz com meu brim caqui que durava mais de oito anos enquanto a gente não crescia é impressionante. Será que a vestimenta fará o mesmo? Quem sabe fará. Hoje o programa é outro, e aquele de aventuras ficou no passado.

               Comentar que antes os chefes vinham dos lobos, dos Escoteiros, dos seniores era meio caminho andado. Depois tudo mudou. A evasão chegou fazendo alarde. São poucos que chegam à idade adulta em um grupo Escoteiro. A maioria hoje são pais voluntários que acompanhando os filhos resolveram colaborar. Bem vindos, no entanto alguns poucos resolveram se tornar porta voz da UEB. Denigrem um uniforme que não conhecem a tradição. Que nunca usaram como os antigos. Calça comprida no caqui? Só fui ver isto na década de oitenta. Vergonha? Sei não, eu nunca usaria, mas aceito quem o faz. Para a vestimenta não vou e nem sonho em ir. Os poucos novos (de oitenta para cá) denigrem o caqui, o chapéu, o meião e dizem que não gostam e agora estão contentes com a vestimenta. São mestres em dar explicações sobre o escotismo moderno e vejo alguns deles dizendo que se BP fosse vivo faria isto também. Coitado do BP. Deve estar lá em cima em volta do fogo em uma estrela perdida no universo a ruminar onde ele guardou seu chapéu.

               Eu sei que é fato consumado a vestimenta. Não tem volta. E querem saber mais? Não dou dez anos para que o caqui desapareça. Quem sabe ficará uma minoria de cinco por cento do efetivo com ele. Quem viver verá. Esta conversa que a UEB liberou os dois não dá para engolir. Quando foi lançado todos os dirigentes e formadores foram “intimados” a dar exemplo. Chefes sem a menor consideração passaram a usar em suas tropas ou Alcateia isto sem a liberdade de escolha conforme é determinado pela UEB. Agora deram liberdade! Democracia arrostam os politicamente corretos. Você só usa se o Grupo votar sim. Balela! Conheço uma infinidade de grupos que surgiu cisões, muitos foram contra, muitos resolveram sair do escotismo,  mas a vestimenta prevaleceu. Se o Grupo ainda não tem o domínio ou a emancipação democrática; seja através de um Conselho de Primos, de Tropa; Conselho de Patrulha; Corte de Honra e Conselho de Chefes onde todos aprenderam a discutir votar e aceitar o veredito, não adianta insistir que a liberdade foi completa para quem escolheu a vestimenta.

                Se você não gosta do caqui é um direito. Pena que o direito no escotismo é só da UEB que determina, manda, resolve o que vai fazer sem nenhuma transparência. Dizer que ela não costuma ser transparente, democrática, que faz pesquisas de qualidade não é verdade. Nunca em tempo algum agradeceram aos voluntários antigos ou os novos de alguma maneira. Quem já recebeu algum e-mail, uma cartinha ou algum parecido? Alguém foi contemplado sem primeiro fazer um dossiê ou processo? O que muitos receberam e que agora são obrigados a fazer uma documentação com firma reconhecida se quiserem fazer o registro. Como sempre o Chefe não tem palavra, tem de provar que é honesto.


                 Eu sei que a vestimenta já é fato consumado. Aceito a escolha de quem a usa. Mas se possivel que tenham mais seriedade, mais apresentação pessoal com seus jovens e maior orgulho da vestimenta. Foram dezenove tipos. Porque isto nunca entendi. Já ouvi de amigos muitos comentários jocosos da vestimenta. Ainda a tempo de consertar isto. Nem sei se a UEB viu ou vai tomar alguma providência. Uma coisa garanto, não precisa ir longe para saber por que partiram os seis mil Escoteiros no ano passado.  Perguntem a vestimenta! Ela sabe até onde tem culpa.   

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Escotismo de resultados.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Escotismo de resultados.

Nota: A maioria dos comentários aqui anotados são de autoria da escritora Ivone Boechat a quem agradeço.

                       Que nossos chefes se divertem no escotismo, não se discute. Que nossos chefes estão imbuídos em fazer uma juventude melhor não temos dúvida. Temos que parabenizar a eles pelo seu esforço pessoal em tentar atingir os resultados propostos. E quais são os resultados? Formar homens e mulheres para que a nossa sociedade tenha em suas fileiras pessoas capazes, honradas, de palavra e ética. Pessoas quem podemos confiar. Resultados é consequência de um trabalho realizado dentro de um programa e ou um método condizente a que se propõe a organização ou associação. Vivemos hoje em um mundo onde as esperanças borbulham em cada mente em cada coração. Esperanças de um país onde se acredita na honestidade e nos trabalhos realizados por nossos homens e mulheres que se propuseram a dirigir a nação. Chegamos a tal ponto que não temos certeza se nossas pretensões estão atingindo o que sempre sonhamos. O escotismo tem tudo para dar sua contribuição, mas como?

                 Estamos desacreditados. Em todas ás áreas há sempre uma dúvida se nossos objetivos estão atingindo os resultados esperados. Ainda estamos em duvida se podemos confiar hoje nas organizações Empresariais, politicas e mesmo as religiosas. Nosso movimento pela sua própria excência deveria cumprir seu papel. Procuramos de todas as formas mostrar que somos um movimento apolítico, educacional e com uma metodologia única, uma forma simples de atrair o jovem pela sua simplicidade, fazendo com que ele mesmo se eduque sob a supervisão de adultos. O método Escoteiro é único e desde sua implantação vem sendo copiado por uma gama de organizações e associações que acreditaram nos seus resultados e os estão pondo em prática. A Arte de fazer fazendo, a formação individual pelo próprio jovem, atividades ao ar livre que torna mais simples a permanência do jovem que ainda tem o sonho da aventura; sonho de viver como seus heróis aprendendo técnicas mateiras e vivenciando bem perto a natureza, uma escola que ninguém pode desmerecer.

                    Caráter é o termo que designa o aspecto da personalidade responsável, pela forma habitual e constante de agir, peculiar a cada indivíduo. É somente pelos resultados que podemos saber se atingimos nossos objetivos. Ivone Boechat disse que Ensinar é aprender. Ensinar não é transmitir conhecimentos. O educador não tem o vírus da sabedoria. Ele orienta a aprendizagem, ajuda a formular conceitos, a despertar as potencialidades inatas dos indivíduos para que se forme um consenso em torno de verdades e eles próprios encontrem as suas opções. E porque então não estamos atingindo o objetivo que nos propusemos a fazer?  No escotismo temos uma liderança representativa. Muitos acreditam que ela é a melhor maneira de desenvolver e fortalecer o escotismo brasileiro. Não se pensa em outra forma de direção. Tornou-se um tabu falar sobre este tema. A própria liderança que é menos de 0,2% dos voluntários que colaboram tomam decisões que são acatadas por todos sem discutir. Não existe transparência. Tudo é feito sem consultas, sem pesquisas e poucos ficam sabendo até que se torna realidade.

                    Poderíamos citar diversos itens. Vejamos o uniforme e o programa. O programa foi modificado duas vezes. Quanto ao programa muitos não gostaram. Se os jovens ainda não sentiram o valor de continuar e estão abandonando o escotismo é porque os resultados não são bons. Mas quem levanta a voz? A representatividade não nos dá este direito. Sim eu sei que nos encontros nacionais chamados de seminários, congressos, assembléias dizem que todos temos o direito de mostrar nosso descontentamento. Mas sabemos na realidade que isto é praticamente impossível. Destes os primórdios que nossos uniformes foram alterados vez ou outra. O Caqui ficou por muitos anos e permanece até hoje. Com a criação do Uniforme Social, que mais tarde foi chamado de traje, por falta de uma fiscalização mais objetiva, as escolhas individuais muitas vezes deixavam a desejar nossa representatividade junto à comunidade.

                     Por dois anos ou mais em surdina discutiram uma nova postura de uniformização. Deram poder a um órgão não eletivo e poucos sabiam o que acontecia nas discussões e aprovações. Foi comentado com os voluntários que desta vez os lideres iriam surpreender e dar uma guinada de noventa graus na apresentação Escoteira no país. Em uma Assembleia no norte do país ele foi apresentado. Uma festa, ali se viu quase dezenove tipos a escolher. Para muitos uma apoteose. Duvidas surgiram. A liderança nunca veio a público para se explicar como e porque fizeram esta escolha. Como sempre deixaram para outros o fazerem. Alguns até disseram que houve sim pesquisa. Desconheço. Até hoje não vi ninguém dizer que foi consultado. Pequenos contatos de e-mail telefones etc. solicitava que todos os membros das direções nacionais estaduais e muitos da Equipe de Formação dessem exemplo e usassem a nova vestimenta.

                     Disseram que a vestimenta não seria uma forma de obrigação. O caqui ainda continuaria prevalecendo e somente o traje iria desaparecer. O mote que muitos copiaram é que ela a vestimenta seria agora um atrativo para não só os jovens cuja “pesquisa” (que pesquisa?) diziam não gostar dos nossos uniformes. Iriamos atrair muitos retraídos jovens e adultos pela postura da nova da vestimenta, que surgiu de uma importante organização voltada para este tipo de trabalho radicado em São Paulo. Sugeriram que democraticamente (agora?) cada unidade local através de seu lideres e participantes decidissem qual seria a escolha para o Grupo Escoteiro. O Caqui e a vestimenta. Uma verdadeira torre de babel. Chefes já se apresentando com a vestimenta e fazendo marketing. O caqui que antes havia nas lojas Escoteiras desapareceu.


                     Durante todo o tempo desta celeuma em nenhuma vez os lideres da UEB vieram a publico para se explicar. Quem sempre defende são chefes ou alguns membros de outras direções estaduais as posições da UEB. Certo ou errado fica a pergunta: - Onde estão os resultados? Temos representatividade nos meios educacionais? Nos meios Políticos? Nos meios Empresariais? Temos exemplos de grandes cérebros ou mesmo com respeito devido defendendo nossa forma educacional? Temos bons conferencistas a cruzarem o país levando a boa nova do escotismo? Onde andam os profissionais Escoteiros para uma cruzada de norte a sul visando à expansão Escoteira? Pelo que sei nossos resultados são pífios. A frente Parlamentar até hoje não disse para que veio. As mudanças eu sei que irão continuar, mas sei também que nossa evasão Escoteira não vai parar. O futuro dirá aonde chegamos ou podemos chegar! E sempre bato na mesma tecla: Porque quase seis mil associados deixaram o escotismo em 2014?

terça-feira, 23 de junho de 2015

Um fogo de conselho perdido em uma noite de luar...


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. 
Um fogo de conselho perdido em uma noite de luar...

                           Você meu querido amigo e amiga deve ser como eu. Quem sabe um pouco mais que sabe sonhar e viver a vida como ela é. A vida bonita que nos faz sorrir, cantar e saber que estamos agora aqui juntos e quanto tempo ainda ficaremos ao redor deste calor? Ah! Fogueiras. Quem não sentiu o vibrar do clarão no céu? Olhos esbugalhados olhando para dentro dela, querendo descobrir muito mais que aquelas chamas que se espalham com o vento, jorrando fagulhas tão fagueiras, tão faceiras que nossos olhos percorrem os lados e traslados para ver aonde elas vão? A fogueira atrai. Feche os olhos e pense que tudo vai começar. O véu da noite esconde tudo de todos. Mas ali estamos juntos, um dois, uma dezena uma centena, pois naquele lumiar do céu, não dá para saber quantos ao mesmo tempo estão como nós esperando o momento. O momento sublime que um trisco, um fulgor, um lampejo, um brilho colorido vai surgir, a escuridão será solicitada a se retirar.

                         É bom demais, é sublime, é fantástico. A luminosidade que brilha transforma faces, pensamentos, saudades, futuros que agora nem pensamos. Só aquele clarão se faz presente no raiar da escuridão que de susto desapareceu junto ao vento que chegou e partiu. A gente se atrai se junta aquela chama, quer ver a brasa, a flama. Uma língua de fogo escorre no tempo e no ar. Labareda que nos faz sonhar. Não é o mesmo da lareira, um fogacho escondido, perdido que o fogaréu se foi quem sabe na janela ou no escondido fumeiro que se abriu. Ali não, ali vive a fogueira, a tocha, o facho e o archote uma lumieira um fogaréu! Sei que em pouco tempo todos vão acordar, não estavam dormindo, estavam sonhando e sorrindo a esperar... Será um fogo, um conselho, uma aventura, um ato de amor. Será o aquecimento do corpo, irá cozer alimentos, afastar os amigos selvagens que escondidos atrás de árvores estavam ali a espiar...

                     Quem disse que o vento carrega levemente a poeira, que sopra pela janela e balança a roseira? Quem faz e diz ser mais bela que a chama de uma fogueira? Não sei e nem quero saber. Sei que o fogo molha a alma de guerreiros, aqueles que sonham com mundos coloridos e muitas cores no ar. São românticos e sonhadores. Eu você e todos nós estamos ali junto contigo, muitos amigos, em volta de um clarão que vai atingir as estrelas e o luar. Eu sinto meu coração bater, o crepitar da fogueira me fazer renascer, não é tempo esgotado nem chuva no molhado. É força Escoteira, alegre faceira que o Fogo de Conselho vai trazer ramalhetes de flores espalhados ao luar. São flores amarelas, vermelhas azuis e singelas. Quem sabe vai também trazer a boa nova, a mudança dos novos tempos, um ato perfeito de felicidade, que a bondade de Deus colocou-nos unidos ali, fazendo escotismo, gostoso, aprazível, delicioso. Agradável noite de amor indelével, indestrutível e duradouro.

                    Ah! Saudades que passam que ficam. Suspiro apaixonado por um fogo qualquer. Ali amigos fraternos, amigos eternos sorriem naquela noite maravilhosa que em só um momento trouxe canções, vozes a entoar, gorjeios em noite de luar. São canções lindas, frases sinceras, amor de primavera. Linhas inexistentes, fronteiras abertas demarcações riscadas. Nada impede celebrar ou enaltecer o fraternal companheiro. Um parceiro, um amigo, um colega um camarada meu mano. É ali naquele fogo, tão primoroso iremos guardar saudades eternas, um dia vamos sentir falta, lembrar-se de algo, trazer na memória coisas antigas, pensar em tê-las de volta. Mas o fogo, o trinar do canto da fogueira, um olhar tão amigo, um certo sorriso e dizer: Adeus fogo, adeus...

                 Que o vento do norte, do sul e do leste, que o vento do oeste um dia deixe voltar às fagulhas daquela fogueira, aquela ternura do passado, quem sabe fazer delas o presente e uma esperança do futuro. Com as mãos entrelaçadas, ao redor do calor, sorrir cantando que não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. Manter a esperança que tudo vai voltar e que aquelas saudades eternas serão para cada um de nós o caminho que vai nos levar a paz! 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Será que vale a pena ser herói?


Conversa ao pé do fogo.
Será que vale a pena ser herói?

                Onde eles andam? Alguém sabe me dizer quem são? Antes eu sabia, mas será que hoje ainda falam sobre eles? Em nosso país é notório o esquecimento. Lembro quando menino na escola era obrigação de sabermos quem foram eles. Claro, nem todos. Dizem que os heróis só alcançaram a fama, o estrelado mostrando seus pontos fortes e esperança de um futuro melhor. Dizem que os heróis surgem em tempos difíceis quando as oportunidades aparecem, outros dizem que os heróis não se fazem, já nascem assim. Não sei se Caio Vianna Martins mudou a história escoteira com suas palavras. Quem o conheceu nunca diria que um dia ele seria um Herói. Poderia ver na história brasileira heróis que se fizeram. Dandara no Brasil, quem já ouviu falar? A Esposa do Zumbi dos Palmares foi uma guerreira feroz e brava defensora de um quilombo. Maria Quitéria disfarçou-se de homem para lutar na guerra da independência brasileira. Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, única brasileira homenageada no Museu do Holocausto.

            Quem por acaso já ouviu falar delas? Ou de Heitor Villa-Lobos, maestro e compositor famoso, ou Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes? E finalmente Alberto Santos Dumont. Claro todos já leram sobre ele e seus feitos. Eu aprendi que nós controlamos nossa atitude ou será que é ela quem nos controla? Heróis são as pessoas que fazem o que tem de ser feito, quando tem de ser feito, independente das consequências. Encontrei tudo isto em Caio Vianna Martins, em Baden-Powell apesar deste último não ser brasileiro. Mas imaginem. Estamos esquecendo nossos heróis. Nas escolas quase não se fala neles. Nossas grandes personalidades do passado. Duque de Caxias, Carlos Chagas, Monteiro Lobato, Carlos Drummond de Andrade, Visconde de Mauá, Machado de Assis, José Bonifácio, Marechal Rondon, Raposo Tavares, Os irmãos Vilas-Boas, Orlando, Claudio e Leonardo grandes sertanistas, Pedro II, Rui Barbosa, e poderia ir por aí em uma lista enorme. E eu pergunto, será que nossos jovens sabe quem são e o que fizeram?

           Interessante é que temos tantos a levantarem hipóteses da vida de cada um, muitos denegrindo sua imagem. Sei de jovens que duvidam de Tiradentes, de Dom Pedro II e olhe já vi um comentando que Caio Vianna Martins foi uma farsa. E aquele que procura desinformar tudo que lê por aí da vida de Baden Powell? Um me disse que ele era gay, outro me disse que ele era maçom e cheio de trelelê. E daí? Porque isto? Irá trazer benefícios ao nosso movimento? Aos nossos jovens? Teve um que me disse que era um milico, mandão, dono da verdade e não sabia ouvir ninguém. Fazia do escotismo seu exército disciplinado particular. Deus do céu! Porque isto? Qual o intuito? Será que não podemos referenciar nossos heróis? Será que não podemos dar exemplo deles aos nossos jovens?

            Enquanto em outros países eles são elevados como figuras mais importantes da nação, são discutidos e apresentados como homens exemplares e todos se orgulham deles aqui não. Aqui muitos admiram e já ouviram falar de John Kenedy, Abraham Lincoln, John Lennon e tantas outras personagens que são heróis em outros países. Falam mal de Santo Dumont que bebia e fez seu primeiro voo embriagado. Dizem que Tiradentes foi uma farsa inventada. Dizem que o Aleijadinho nunca existiu. Porque isto? Francamente acredito que estamos perdendo nossa identidade. Admiramos o que vem de fora. Muitos já nem dizem que são escoteiros, agora são Scout. Nomes de patrulhas em inglês aparece aqui e ali. Quando procuram alguma personalidade ou locais históricos para nomear alguma Patrulha Sênior, só aparece nomes estrangeiros.


            Estamos mesmo perdendo nossa memória. Somos reconhecidos pelo carnaval e escola de samba. Os gringos vem aqui para ver o que não tem em seus países. Mulheres em trajes menores e sensuais desfilando. Ainda bem que estão voltando os blocos de rua. O verdadeiro carnaval está aí. Chega de nota Deeéz! Não sei se o programa de jovens da UEB fala sobre isto. Não sei. Até nosso hino Nacional e o hino da Bandeira são poucos escoteiros que sabem cantar com carinho e corretamente. Falar no Hino Alerta então? Antes você só seria um segunda ou Primeira Classe se soubesse cantar todos eles e olhe de cor! Melhor parar por aqui. Este seria um fato. Um fato real. Ainda tem volta. Pouca mas tem. Compete a nós Escotista dar uma volta na história brasileira e mostrar aos nossos jovens que sim, nós temos heróis! 

sexta-feira, 19 de junho de 2015

A origem do apelido Baden-Powell


Conversa ao pé do fogo.
A origem do apelido Baden-Powell

                                  Todos conhecem o nome do nosso fundador: Robert Stephenson Smyth Baden-Powell. Entre os Escoteiros, é mais conhecido simples e carinhosamente por B-P. Estas iniciais do seu apelido parecem ter sido feitas à medida para o lema que adotou para o Escotismo: “Be Prepared”. Já quando criou e organizou a Polícia da África do Sul, em 1900, os seus homens adotaram o mesmo lema, coincidente com as iniciais do seu comandante. No entanto, Baden-Powell não nasceu com este apelido, mas apenas Powell. Ou seja, nasceu Robert Stephenson Smyth Powell, na família Powell.

                                  O pai de B-P, um professor universitário de renome, falecido em 1860, chamava-se Baden Powell, sendo Baden o nome próprio e Powell o apelido. Alguns anos depois do seu falecimento, a mãe de B-P meteu na cabeça a ideia de mudar o apelido da família para Baden Powell, para homenagear o seu falecido marido e perpetuar o seu nome. O advogado da família tratou da legalização do duplo apelido e, a 21 de Setembro de 1869, através de uma notificação pública, todos os membros da família tomaram o apelido Baden Powell. No entanto, este apelido trazia alguns embaraços ao irmão mais novo de B-P, Baden, que agora se chamava Baden Baden Powell.


                               O problema resolveu-se em pouco tempo, com a introdução de um hífen no meio do duplo apelido. A mãe de B-P demorou algum tempo para conseguir que os familiares e amigos se habituassem a usar o duplo apelido com hífen, mas a persistência valeu a pena, não escapando, contudo, a que a família se referisse a ela, na brincadeira, como a “senhora hífen”. Em breve, os colegas de escola do nosso fundador trataram de abreviar o seu apelido para B-P, assim como aconteceu com o resto do mundo.

quinta-feira, 18 de junho de 2015

É este o escotismo que queremos?


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
É este o escotismo que queremos?
                
                            Pois é, ainda estou em duvida. Escrevo esta crônica por causa de uma notícia que os jornais rádios e TVs anunciaram nestes últimos dias. Um fato interessante: - Uma senhora sócia do Clube Pinheiros da Capital de São Paulo, apesar de pagar uma taxa para sua babá, pois tinha filhos pequenos, o clube exigiu que ela só poderia entrar se portasse um uniforme branco próprio para pessoas não sócias. Ela advogada se revoltou e procurou a justiça. Lembrei-me de um fato acontecido neste mesmo clube. Lá pelos idos de 1979/83 andei dando uma colaboração a um Comissário Distrital. O Clube Pinheiros tinha um grupo Escoteiro e lá fomos nós. Quanta burocracia para entrar e só na porta dos fundos. A sede um cantinho junto ao muro. Os meninos na maioria eram filhos de sócios e os que não eram só pela portinha dos fundos podiam entrar. Discriminação? Sei não. Mas isto ainda acontece pelos relatos que recebo.

                            De lá para cá se passaram mais de 45 anos. Melhoramos? Necas boy Scout! Continuamos ainda sendo um movimento de segunda classe. Faça um périplo por todos os Grupos Escoteiros brasileiros. Todos repito. A maioria tem uma sede pequena, (Isto quando tem), escondida no fundo de alguma organização religiosa, educacional ou empresarial. Muitos tem hora para entrar e sair. São vigiados e quando muda a diretoria podem ir parar na rua! O bom de tudo que a maioria dos humildes chefes se sentem satisfeitos. Melhor que nada. Sei de muitos grupos que o material fica guardado nas casas dos chefes. Eles procuram um lugarzinho qualquer para fazer suas reuniões. Bem tem sua vantagem, pelo menos são vistos. Mas e o prefeito não vê? Os vereadores? Estes passam longe. Sem sombra de dúvida é uma lástima tudo isto. Mas nossa preocupação em termos uma barraca para dormir é tanta, que qualquer tapera serve. E agora José, onde anda a UEB e seus tentáculos regionais? Onde anda a tal frente parlamentar Escoteira?

                             Ainda desconheço o programa que a UEB realizava no Escotismo nas Escolas. Um bom programa na verdade, mas dependente de um politico. Ele se vai? Acabou todo trabalho. Somos ou não um movimento de segunda classe?                           Ninguém está nem aí. A UEB sempre se exime de tudo. Joga a culpa nos chefes e sempre a pedir que eles façam o que é obrigação dela. Veja o que escrevem aos grupos e distritos sobre isto: - “Protocolo de Relacionamento Político dos Escoteiros do Brasil”. Este é um guia que pretende nortear os Grupos Escoteiros do Brasil a desenvolverem um relacionamento positivo com as forças políticas das esferas municipais, estaduais e federal. Contar com o apoio do Poder Público pode trazer muitos benefícios para o seu Grupo Escoteiro, então é importante ficar atento ao cenário político em volta da sua organização e estabelecer diálogo com tom todas essas forças”. É um calhamaço de mais de 14 páginas. Quer fazer? Quer ajudar? Quer ter apoio? Melhor ler o manual “Faça você mesmo”.

                           Sei que muitos irão dizer: - Quem quer faz quem não quer só reclama! Risos. E daí? O voluntário entra para o escotismo pensando que vai ajudar a meninada, que vai formar cidadãos e cidadãs, e o que encontra? Nada. Ele tem de fazer tudo e ainda mais. Ele tem que ver sede, tem que ver materiais necessários para que o grupo se desenvolva; tem de manter bons relacionamentos, tem de ser um bom relações publicas para ter pais na ativa, tem de se humilhar para um politico qualquer atrás de uma sede, de uma ajuda de transporte e outras mais. E tudo sem garantia nenhuma! Sei que tem vários grupos com sua sede própria, tem em suas fileiras uma estrutura de dar inveja. Os demais são considerados uma chaga no escotismo, não querem nada, só favores e que alguém faça por eles! Verdade isto? Bem assim são tratados a maioria dos voluntários Escoteiros no Brasil.

                          Ficar em cima de atas, fazer instruções e normativas, decidir qual a programação nacional no ano que vem até eu. Cobrar taxas para tudo, mudar o que não precisa ser mudado só para alardear que fez eu faço de olhos fechados. É preciso entender que não só a UEB tem responsabilidade. As regiões também. O voluntário chega com cara de quem não quer nada, se motiva, compra a ideia que o escotismo é bom, ensinam a ele tanto em cursos (pago por ele é claro) a ser obediente e disciplinado, obrigam a ele a dizer no final da promessa que vai “Servir a União dos Escoteiros do Brasil”; (pensei que era servir aos jovens, mas não é) e nem uma cartinha o “cara” recebe. – Oi seu Zé das Quantas, obrigado por ser mais um de nós. Contamos com você. Seja bem vindo! – Eu pergunto quem já recebeu isto? Que raios de diretriz é esta que temos que a ajuda que precisamos não é esta?  Que só cobra, que só exige como se fossemos marginais? Chega de Jamborees caros, chega de alardear os que vão para as “Oropa”, quem vão representar A e B. Isto é coisa de ricos.

                         Já é hora de virar a página. É hora de valorizar o voluntário. O que precisam fazer é estar do lado dele ajudando ombro a ombro, fazendo e ensinando na sua morada e não através de atas, de normativas e coisa e tal. Perguntam por que tantos adultos voluntários estão deixando o movimento. Só eles que não sabem? Chega de distâncias entre um e outro. Ninguém discute o valor de uma liderança em uma organização. Ela tem de existir sim, mas para servir aos seus associados e não o contrário. Chega de perder quase seis mil associados em um ano. Escotismo que não cresce que não tem valor entre os educadores, que é esquecido pelas autoridades do país. Escotismo onde poucos decidem tudo, onde não existe pesquisa séria, onde não existe uma troca de opiniões, onde se muda tudo sem perguntar. Onde alguns poucos se acham os tais, onde tratam os voluntários e associados como empregados.

                           Aldous Huxley em livro Admirável Mundo Novo, escreveu o que pensava sobre a forma de uma organização. - Uma organização não é consciente nem viva. Seu valor é instrumental e derivado. Não é boa em si; É boa apenas na medida em que promoveu o bem dos indivíduos que são partes do todo. Dar primazia às organizações sobre às pessoas é subordinar os fins aos meios. Tudo estaria a salvo se toda a população fosse capaz de ler e se permitisse que toda espécie de opiniões fosse dirigida aos homens, pela palavra ou pela escrita, e se pelo voto, os homens pudessem eleger um legislativo que representasse às opiniões que tivessem adotado!


                 E para terminar esta crônica, porque não escrever o que pensava BP sobre a democracia? - “A maior ameaça a uma democracia é o homem que não quer pensar pôr si mesmo; e não quer aprender a pensar logicamente em linha reta, tal como aprendeu a andar em linha reta”. A democracia pode salvar o mundo, porém jamais será salva enquanto os preguiçosos mentais não forem salvos de si mesmos. Eles não querem pensar, desejam apenas ir para frente, seguindo a ponta do nariz através da vida. E geralmente, estes, alguém os guia puxando-os pelo nariz! Saia da sua estreita rotina se quer alargar sua mente. BP.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Comentários de BP sobre os monitores:


Conversa ao pé do fogo.
Comentários de BP sobre os monitores:

Vejamos o que disse Lord Baden-Powell sobre os monitores: 

Guia - um exemplo a seguir;
Companheiro - um amigo que dá ajuda e conselhos, compreensivo;
Comunicativo - diz as suas ideias;
Leal - de confiança, preocupa-se muito com o que faz;
Democrático - respeita todas as opiniões da mesma maneira;
Humilde - não mostra a toda à gente as capacidades que tem e dá valor às dos outros;
Trabalhador - aplica-se nas suas tarefas;
Responsável - faz sempre as suas tarefas; 
Assíduo e pontual - chega na hora e não falta;
Participativo - ajuda em tudo o que é preciso, está sempre pronto.

O que o Monitor não é e nem deve ser:

- O sabichão, saber tudo ou ter a mania que sabe;
- O mandão, mandar em todos ou ser mandado;
- O mauzão, zangar-se quando as coisas estão mal; 
- O patrão, delegar tarefas e não fazer nada; 
- Carne para canhão, assumir sozinho as responsabilidades de uma situação de patrulha;

E ele continua - “O Monitor não manda, o Monitor orienta!”. O Monitor não empurra a Patrulha. Providencia para que ela vá ao seu lado.
E completa mostrando como o Monitor deve agir:

“Quero que vocês, monitores de patrulha, entrem em ação e adestrem suas Patrulhas inteiramente sozinhos e ao seu jeito porque, para vocês, é perfeitamente possível pegar cada rapaz da Patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro Homem”. De nada vale ter um ou dois rapazes admiráveis e o resto não prestar para nada. Vocês devem fazer deles inteiramente bons. Para conseguir isso, a coisa mais importante é o próprio exemplo, porque, o que vocês fizerem, os seus Escoteiros farão.

Mostrem a todos eles que vocês sabem obedecer às ordens dadas, sejam elas ordens verbais, ou seja, regras que estejam escritas ou impressas; e que vocês cumpram as ordens, esteja ou não o Chefe escoteiro presente. Mostrem que conseguem conquistar distintivos de Especialidades e, com um pouco de persuasão, os seus rapazes seguirão o seu exemplo.

Mas, lembre-se que vocês devem guiá-los, e não empurrá-los.

“Baden-Powell of Gilwell.”.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Condecorações & Recompensas.


Conversa ao pé do fogo.
Condecorações & Recompensas.

                          Já escrevi diversas vezes sobre este tema. Sei que é espinhoso, pois muitos não concordam comigo. Mas insisto que se somos um movimento fraterno, de irmandade, onde a palavra Escoteira tem valor eu insisto que o reconhecimento, o elogio e o agradecimento em nosso meio quase não existe. Afinal quantos milhares lutam pelos jovens em suas sessões Escoteiras? A Akelá que faz tudo pelos seus lobinhos, o Chefe que procura da melhor maneira possivel formar seus jovens dentro da metodologia Escoteira! Não deveria ser simples a entrega para ele de algumas condecorações e recompensas? Afinal ele não tem o conhecimento de muitos outros que sabem fazer seus processos, como agir e aos poucos vão conseguindo premiar seus chefes em seu grupo? Mas mesmos estes não são reconhecidos como tal. O tempo vai passando e vai ficando uma mágoa no coração de muitos. Ele vê seus amigos sendo agraciado e se pergunta: - E eu? Não fiz nada? Tenho que fazer um processo para isto? Quem vai fazer?

                         Você olha para alguns dirigentes, ou então grupos com boa estrutura e lá estão nas atividades sociais chefes com muitas condecorações. Afinal eles têm e os demais não? Se no Grupo ele não tem uma estrutura voltada para isto, se seu distrito (nem todos os grupos tem distrito) não toma nenhuma atitude, ele vai ficando no ostracismo. Quando ele vai a alguma assembleia uma parte dela é para a entrega de medalhas e certificados de agradecimentos. Ele olha e fica pensando e eu? Claro que ele vai dizer que não se preocupa que não tem desejos, que isto para ele não importa.
Estou no escotismo porque gosto dele e não ando atrás de medalhas. Certo isto? Não e não! De quem é a culpa? Afinal hoje a UEB tem um sistema que acho perfeito no cadastro de todos os seus associados. O SIGUE. Tem uma listagem dos escotistas e até escoteiros com seus tempos de atividade. Porque então tanta burocracia? Duvida da palavra do Chefe? Duvida que ele seja leal? Ora bolas. Afinal somos ou não Escoteiros? Ter uma só palavra é uma ficção?

                   Se comento é porque passei por isto. Até quando fui indicado para Comissário Regional, hoje Presidente nunca recebi nada. Mais de dezesseis anos de movimento. Nem um simples obrigado. Mas depois de promovido as medalhas começaram a aparecer e eu não pedi nenhuma! Isto acontece até hoje. Se você tem um cargo, é um formador antigo não precisa pedir e nem fazer processos. Recebe tudo que tem direito. Naquela época eu me perguntei: - Será que sou mais que um Chefe que labuta em uma sessão? Será que sou mais importante que ele? Foi pensando nisto que me lembrei de uma passagem no evangelho: - A César o que é de César. Afinal para que foram criadas as normativas de condecorações? Só para os arautos do poder? Eles são os melhores e aqueles que carregam o escotismo nas costas não? Uma vez um Velho formador me interpelou: - Chefe! Tem normas! Basta cada um ler aprender e agir. Fácil assim. Mas quantos tem e quantos não tem? Chefe ele é menor perante os outros? Não aceito tal ponto de vista. Elas foram criadas para promover, elogiar e  agradecer pelo trabalho prestado. E olhe que ele trabalha de graça, sem receber nenhum centavo.
                      
                          Naquela época que era dirigente e participando da alta casta escoteira tentei mudar. Mas estava tudo nas mãos da UEB. Enviava ofícios com nomes de chefes que fizeram por merecer. Nome, grupo, número de registro e endereço. Mais nada. Para mim isto bastava. Mas nem resposta tive. Conversei com o Escoteiro Chefe. Cara bacana, legal muito meu amigo. Ele só me disse que as forças contrárias eram muitas. Dois meses depois recebi a Cruz São Jorge. O que eu fiz não foi igual ao Chefe que deixou sua família, seus amigos e foi lá para o campo com sua escoteirada? Sou contra esta burocracia infernal. É papel aqui ali e até para ser voluntário tem que ir ao cartório para carimbar a firma. Diabos! Não acreditamos em ninguém? E olhe meus caros dirigentes não adianta colocar no SIGUE uma pesquisa fajuta perguntando por que o Chefe não fez o registro, se vai fazer ou se vai sumir com chapéu de abas largas ou com seu boné. Eles estão indo embora há tempos.                 

                          Dizem que "O pior cego é aquele que não quer ver, ouvir, nem acreditar. O pior cego é aquele se faz de surdo. Aliás, o pior cego não é cego, é burro!". Assim vamos caminhando. Ano passado quase 6.000 se mandaram. As explicações dos politicamente corretos correram mundo. Os lideres da UEB se fingindo de mortos. – A evasão foi provocada por causa do fechamento de muitos grupos que faziam parte do Escotismo nas Escolas diziam. Dá vontade de rir. Afinal e a tal turma de deputados, senadores, vereadores serve para que? Ninguém correu atrás? Deixou acontecer e lavou as mãos? Uma explicação melhor, por favor, meus caros lideres da UEB. Que não me venham estes politicamente corretos que exaltam seus grupos e se acham donos da verdade. Eles os chefes e até os jovens são preteridos por burocracia infernal. Os que permanecem com sua humildade ficam calados e nada dizem. Só dizem quando estão indo embora.

                         É tão fácil manter os voluntários no escotismo. Não é se fingindo de cego e surdo, é valorizá-los, acreditar em sua palavra. É dar um abraço sincero, é dizer por um e-mail ou uma cartinha – Obrigado meu amigo, você é muito importante para nós. Isto motiva isto faz com que trabalhemos com a juventude com amor e vontade de acertar mais e mais. Medalhas foram feitas para quem merece e não só os que sabem fazer processos e os dirigentes que se acham melhor que os outros. Tem sete anos? Quinze? Vinte e cinco? Mande uma medalha de bons serviços, não uma só, mas a cada tempo a de bronze prata e ouro. Não falta? É assíduo? Sua tropa tem uma taxa pequena de evasão? Mais uma medalha para ele. E assim quando ele vai ficando mais e mais no escotismo não esqueçam as demais. Tapir de Prata não é para os poderosos, os donos da corte e do poder. E nem vem que não tem explicação do POR e o escambal dos Estatutos. Nem precisam me dizer. Conheço tudo.


                         Lembro que premiar a quem merece sem muita burocracia é acreditar na palavra. Não é assim que ensinamos aos nossos jovens? “O Escoteiro tem uma só palavra e sua honra vale mais que sua própria vida”! Afirmo sem sombra de dúvida que o Chefe que labuta nos fins de semana, nos feriados, em fazer de meninos e meninas pessoas de caráter, de honra, de honestidade e transparência, merecem muito mais que os de boa casta. Querem parar a evasão de chefes? Simples, valorize, não fiquem escondidos atrás de um site. Não fiquem parados. Se Deus demorou sete dias para criar o mundo não sejam Deus. Sejam humanos. Querem diminuir a evasão? Fácil, muito fácil, mas conversem, perguntei e não fiquem escondidos em um SIGUE fazendo perguntas do por que muitos chefes foram embora. Uma medalha, um abraço, um e-mail elogioso e um aperto de mão tem tudo para segurar o voluntário no escotismo. Ele merece, merece muito. Ele sem sombra de duvida é o mais importante na estrutura Escoteira do Brasil e do Mundo!

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Conversa ao pé do fogo. Existem vaidades no escotismo?


Conversa ao pé do fogo.
Existem vaidades no escotismo?

                        Se você perguntar irão jurar de “pé junto” que no escotismo não tem. Quando me dizem isto abaixo a cabeça e dou uma risadinha sem graça.  “Minino”! Não ria alto. Será mal interpretado. Pode ser que eles chamam por outros nomes, mas é um festival de vaidades e altos egos na nossa associação Escoteira. Sei que existe em todo lugar. Mas aqui isto seria admissível? Conheci alguns que para falar aos demais irmãos Escoteiros faziam trejeitos, voz pastosa ou cavernosa, peito inflado, firmando-se nos dois pés, cabeça alta e usando a técnica de “olho nos olho”. Um muito amigo meu me disse que eles estudam em frente a um espelho como ficar mais apresentável. Dias e dias ali. Faziam até discursos para a pasta de dente, a escova e o sabonete. Espontaneidade ali não existia. Meu amigo acho que isto não existe mais. Hoje acabou. Todos são “iguais perante a lei”. A lei? Ora a lei. Lembra-me um antigo formador que sempre dizia – Para os amigos tudo, para os outros os rigores da lei! (ou da Comissão de Ética).

                   Em mil novecentos e antigamente conheci duas escotistas famosas. Faz tempo isto. Ambas DCIM. Na época ainda existia a Akelá Líder. Termo usado em Gilwell Park. Uma morava em um estado e a outra em outro. Sei que havia uma terceira, mas não tive a honra de conhecê-la.  Também havia muitas outras, mas distante ainda do estrelato. Quando se encontravam rajadas de ventos e raios pipocavam por todo o lado. Mas quem visse de longe veria duas chefes sorrindo uma para outra. Sorriso perfeito. Sorriso de grandes atrizes de Hollywood. Ah! Ainda bem que o lobismo ganhava com grandes performances das duas. Eram “feras” na história da jângal. Eu mesmo fiz um curso com uma delas. Mas não vamos deixar de lado os DCIMs que pipocavam de estado em estado. Um ar professoral pose de Velho lobo, não conheci todos pessoalmente, mas tinham jeito de BP. Alguns diziam que eles sabiam mais do o Velho fundador. Para os seguidores eles diziam: – Pode galgar a escada, mas, por favor, não me ultrapasse. Aguarde sua vez aqui ou na eternidade. Risos e risos.

               Garantem-me que isto hoje não existe mais. Será? Só vendo para crer. As vaidades fazem parte da vida. Quem diz que não tem vai direto para um mundo melhor na espiritualidade ou no céu. Mas sem menosprezar dizem que o inferno está cheio deles. Risos. No meio dos dirigentes infelizmente ainda existem aqueles vaidosos e aqueles que querem um dia ter a sua oportunidade também de ter a honra de ser vaidoso. Nietzsche foi feliz em dizer que a vaidade dos outros só vai contra o nosso gosto quando vai contra a nossa vaidade. Verdade verdadeira. Participei em minha vida de algumas centenas de reuniões onde os Grandes Chefes estavam presentes. Sempre faziam e ainda fazem as reuniões de Giwell. Sem menosprezar o festival de vaidades ali tinha seu lugar ao sol.

               Ei! Espere! Não vamos generalizar. Conheço pelo menos uns dez que não tem isto. São os abnegados. Os que dão a alma e o sangue pelo escotismo. São eles realmente que movimentam a engrenagem desta máquina maravilhosa que é a associação Escoteira. Você dificilmente irá ver neles, ou ostentando orgulhosamente uma Medalha Tiradentes, Uma Cruz São Jorge, uma gratidão ouro ou um Tapir de Prata. Não. Estas são reservadas para outros. Julgados mais importantes para ter este direito. Não me condenem. Tem muitos que recebem estas condecorações e não são vaidosos. Trabalham com amor e esforço para um escotismo melhor. Mas os vaidosos! Hummm! Ego ou egocêntricos? Sem lá.

              Toda vez que escrevo sobre algum tema que machuca na alma, recebo centenas de e-mails, e perco a conta daqueles que discordam falando francamente onde devia colocar a postagem. Risos.  Paciência. Não sou daqueles que arrastam frases como “A verdade dói”. Cada um tem a sua verdade. Mas será que eu já fui um deles? Se fui eu juro que não fui! São Tomé me acuda! - Só vendo para crer ele responde. Risos. Mas quantos não correm atrás de um taco a mais? – Lembro que um me procurava e dizia – Sabe o fulano? É três tacos agora e o beltrano? Precisa ver, ele agora é quatro tacos. “Tacaiada” danada. Risos.  Carguinhos no escotismo sempre são bem vindos. Tem muitos que não gostam, mas tem outros tanto que falam assim, mas estão sempre sonhando em receber um convite. Não preciso apontar e nem dizer quem. Você que me lê e não é um deles sabe quem são na sua área. Os maiorais quando vocês os encontram tente convidar para trocar ideias. Nunca! Desista. Bem você pode tentar e levar um tapinha nos ombros, um sorrisinho sem graça, um oi e um até logo. Estão sempre com pressa. Os grupinhos deles se formam na calada da noite. Os temas secretos. Mudanças. Nomeações. Escolhas. Fico com Augusto Cury que dizia – A Vaidade é o caminho curto para o paraíso da satisfação, porém ela é, ao mesmo tempo, o solo onde a burrice melhor se desenvolve. Risos.


               Tenho saudades deles e quem sabe da nova safra. Daria tudo para estar presente de novo nas assembleias e nos Congressos. Adorava no passado a apresentação da equipe em curso. Formados em linha. Empertigados. Podia ali marcar sem sombra de duvida os vaidosos. Já pensou? Eu em uma assembleia? Arre! Tremo só em pensar. Irão olhar para mim, olhos faiscando, dando um risinho sem graça e cuspindo maribondos – Você então é o Chefe Osvaldo? Risos. Turma é ele! Podem bater a vontade! Risos. Sem comentários. Não estarei lá. A saúde não permite. Tenho medo de ser expulso sem direito a defesa nas reuniões secretas que ali fazem. Direito a voto nem pensar. Só aqueles que tem casta de Presidente e pertencem a corte do rei.  Portanto é melhor eu ficar aqui. Um ermitão que já deu o que tinha de dar. Chega por hoje. Os vaidosos que me desculpem, mas prefiro lembrar-me de Jean de La bruyere e Paul Valéry que diziam - A falsa modéstia é o ultimo requinte da vaidade. Agradar a si mesmo é orgulho, aos demais, a vaidade.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

As primeiras Escoteiras no mundo.


Conversa ao pé do fogo.
As primeiras Escoteiras no mundo.

                    Tudo aconteceu no final do 1º Rally de Escoteiros, a 4 de Setembro de 1909, no Crystal Palace em Londres. A certa altura Baden-Powell vislumbrou um grupo de moças, fardadas como os escoteiros. Perguntou-lhes então “Quem são vocês e o que estão fazendo aqui?”, ao que a chefe da patrulha respondeu “Nós somos a Patrulha Lobo das ‘Escoteiras’ e queremos fazer Escotismo como os rapazes!”. Este pequeno grupo representava cerca de 6000 moças e meninas que se haviam registrado como Escoteiros e obtido os seus uniformes usando apenas as iniciais dos seus primeiros nomes. Nessa altura a possibilidade da existência de “Escoteiras” (Girl Scouts) recebeu enormes críticas. Mas, mesmo assim, Baden-Powell resolveu formar um movimento exclusivamente feminino, com uma identidade diferente do Escotismo, vocacionado para o desenvolvimento das meninas e liderado por mulheres. A essas meninas deu o nome de Guias (Girl Guides ou Bandeirantes no Brasil).

                                Juntamente com a sua irmã Agnes, B-P publicou na Scout Headquarters Gazette, em Novembro de 1909, o esquema para as Guias sobre a forma de dois panfletos: o Panfleto A e o Panfleto B. O Panfleto A chamava-se Guias de Baden-Powell: uma sugestão para o treino do caráter de moças (Pamphlet A - Baden-Powell Girl Guides, a Suggestion for Character Training for Girls) e tinha informações sobre como começar o movimento e uma lista de especialidades. O Panfleto B continha mais informações sobre o programa Guidista. Entre outras coisas dizia que as patrulhas de Guias deveriam ter nomes de flores (o que não foi lá muito bem aceite pelas patrulhas de guias já existentes que tinham nomes de animais) e que as mais de 6000 moças registadas como “escoteiros temporários” deveriam passar a chamar-se Guias – “moças que sabem o caminho e o mostram aos outros”.

                           Em 1910, Agnes Baden-Powell e algumas suas amigas formaram uma comissão para organizar as Guias, com Agnes como Presidente, tendo as primeiras Guias sido registadas em Maio de 1910. Nessa altura apareceram cerca de 8000 moças, necessariamente com mais de 11 anos. Uns meses mais tarde, em Novembro, registaram-se as primeiras Companhias. Em 1912 foi publicado o livro Como podem as meninas ajudar a construir o Império (How girls can help build the Empire) escrito por BP e pela sua irmã, que foi o primeiro manual das Guias. Dois anos mais tarde, em 1914 apareceram as Rosebuds (Botões de Rosa), mais tarde denominadas Brownies, que tinham entre 7 e 11 anos.

                    Em 1918, Olave Baden-Powell tornou-se a responsável pelo movimento Guidista na Grã-Bretanha e no mesmo ano B-P publica o livro Guidismo, para substituir o livro que ele e a sua irmã haviam escrito em 1912. Quando foram criadas, as Guias usavam pesados uniformes azuis marinhos e mochilas brancas e eram muitas vezes perseguidas por meninos de rua. Nada, porém as desanimava. Como se costuma dizer para caracterizar uma Guia “Turn to right, keep straight on” (vira para o lado certo e continua em frente). E foi isso que essas meninas  resolveram fazer. Algum tempo depois do Rally em Crystal Palace, Marguerite de Beaumont, chefe da patrulha com quem Baden-Powell esteve, foi a casa deste, em Londres, falar com ele. Entre outras coisas, B-P discursou sobre os tempos que passou na Índia e disse-lhe que estava à procura de um nome para as “escoteiras”, visto que pretendia criar um movimento distinto do escotismo, adequado às meninas e pensado para estas. Então, a certa altura, depois de falar do Corpo de Guias da Índia disse “Esses homens chamavam-se Guias e é isso que eu vos vou chamar a vocês. Vocês acham que conseguem viver como eles e seguir as suas tradições?”. E foi assim que surgiu o nome Guias.

                         O Corpo de Guias era o mais famoso regimento do Exército Indiano durante o regime Britânico e operava na fronteira NE da Índia. Os seus homens faziam perigosas expedições para repelir as incursões de tribos hostis e tanto combatiam a pé, como a cavalo e na montanha. Faziam também trabalho de pioneirismo e construção de pontes, eram extremamente ágeis e resistentes e estavam prontos a partir a todo o instante para manter a paz no país. Tinham reputação de serem bravos soldados e muito eficientes. Este Corpo foi criado em Peshawar pelo Tenente Harry Lumsden em Dezembro de 1846, juntando uma unidade de cavalaria e duas de infantaria num total de 300 homens, talvez inspirado pelos Guias de elite de Napoleão. Como ofereciam um salário mais elevado do que o normal houve muitos interessados em ingressar no regimento e Lumsden pode escolher os mais inteligentes e bravos entre os elementos de Infantaria do Corpo de Guias.

                     Entre outras coisas, Lumdsen tinha também a liberdade de escolher os uniformes do seu Corpo como quisesse. Como a cor púrpura dos uniformes justos do exército britânico não se adequava nem ao clima nem ao seu trabalho na fronteira ele decidiu comprar todo o algodão branco que conseguiu encontrar na sua região e levou-o para o rio onde ele foi embebido e impregnado com lama. Desta forma ele inventou o caqui, cor hoje amplamente utilizada, por exemplo, na camisa e calça do uniforme de vários países do mundo onde se pratica o escotismo. Apesar do Corpo de Guias ter sido o que motivou Baden-Powell a dar o nome de Guias ao seu movimento feminino, existe também outra referência a este nome que terá influenciado BP na sua decisão. Na Europa, o termo Guias estava também associado aos montanheses suíços que guiavam e continuam a guiar os turistas em perigosas ascensões, muito conhecidos pela sua intrepidez, habilidade a vencer obstáculos, resistência e companheirismo. No entanto, são pessoas a quem não interessa andar por caminhos já calcados, querem antes o perigo e a aventura e sentem-se felizes quando conseguem superar as adversidades e atingir o cume da montanha que desejam conquistar.

                   Baden-Powell disse no seu livro Guidismo: “Pois bem, penso que esse é o caso da maioria das nossas jovens. Não desejam ficar inativas. Não querem que tudo seja fácil. Não pretendem simplesmente atravessar a planície; preferem tornar-se pessoas ativas, com as quais se possa contar, diligentes e prontas a sacrificarem-se sempre que necessário, como os Guias da fronteira NE da Índia. Ambicionam também transpor obstáculos na vida, enfrentar as montanhas, os aborrecimentos e os perigos e, para vencê-los, preparam-se para se tornarem valentes e hábeis. Querem ainda ajudar os outros nos momentos difíceis e só quando atingem esse objetivo se sentem realmente vitoriosas e felizes. É uma grande satisfação para elas o terem realizado a sua tarefa e ajudado as outras a realizar as suas.”.


                  Na década de oitenta a UEB fez realizar diversas reuniões com a Federação das Bandeirantes do Brasil visando uma unificação entre as duas associações. Eu estive presente nesta comissão e infelizmente não se chegou a um consenso. Um ano mais tarde foi implantado as primeiras alcatéias e tropas femininas, com autorização e assessoramento da UEB. Posteriormente todos os Grupos Escoteiros ficaram liberados para ter suas sessões femininas. Mais tarde surgiu em alguns grupos o escotismo misto em tropas e alcateias. Acredito que as Escoteiras vieram trazer novo alento ao escotismo como um todo. Posteriormente iremos comentar mais sobre o tema.