terça-feira, 23 de junho de 2015

Um fogo de conselho perdido em uma noite de luar...


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro. 
Um fogo de conselho perdido em uma noite de luar...

                           Você meu querido amigo e amiga deve ser como eu. Quem sabe um pouco mais que sabe sonhar e viver a vida como ela é. A vida bonita que nos faz sorrir, cantar e saber que estamos agora aqui juntos e quanto tempo ainda ficaremos ao redor deste calor? Ah! Fogueiras. Quem não sentiu o vibrar do clarão no céu? Olhos esbugalhados olhando para dentro dela, querendo descobrir muito mais que aquelas chamas que se espalham com o vento, jorrando fagulhas tão fagueiras, tão faceiras que nossos olhos percorrem os lados e traslados para ver aonde elas vão? A fogueira atrai. Feche os olhos e pense que tudo vai começar. O véu da noite esconde tudo de todos. Mas ali estamos juntos, um dois, uma dezena uma centena, pois naquele lumiar do céu, não dá para saber quantos ao mesmo tempo estão como nós esperando o momento. O momento sublime que um trisco, um fulgor, um lampejo, um brilho colorido vai surgir, a escuridão será solicitada a se retirar.

                         É bom demais, é sublime, é fantástico. A luminosidade que brilha transforma faces, pensamentos, saudades, futuros que agora nem pensamos. Só aquele clarão se faz presente no raiar da escuridão que de susto desapareceu junto ao vento que chegou e partiu. A gente se atrai se junta aquela chama, quer ver a brasa, a flama. Uma língua de fogo escorre no tempo e no ar. Labareda que nos faz sonhar. Não é o mesmo da lareira, um fogacho escondido, perdido que o fogaréu se foi quem sabe na janela ou no escondido fumeiro que se abriu. Ali não, ali vive a fogueira, a tocha, o facho e o archote uma lumieira um fogaréu! Sei que em pouco tempo todos vão acordar, não estavam dormindo, estavam sonhando e sorrindo a esperar... Será um fogo, um conselho, uma aventura, um ato de amor. Será o aquecimento do corpo, irá cozer alimentos, afastar os amigos selvagens que escondidos atrás de árvores estavam ali a espiar...

                     Quem disse que o vento carrega levemente a poeira, que sopra pela janela e balança a roseira? Quem faz e diz ser mais bela que a chama de uma fogueira? Não sei e nem quero saber. Sei que o fogo molha a alma de guerreiros, aqueles que sonham com mundos coloridos e muitas cores no ar. São românticos e sonhadores. Eu você e todos nós estamos ali junto contigo, muitos amigos, em volta de um clarão que vai atingir as estrelas e o luar. Eu sinto meu coração bater, o crepitar da fogueira me fazer renascer, não é tempo esgotado nem chuva no molhado. É força Escoteira, alegre faceira que o Fogo de Conselho vai trazer ramalhetes de flores espalhados ao luar. São flores amarelas, vermelhas azuis e singelas. Quem sabe vai também trazer a boa nova, a mudança dos novos tempos, um ato perfeito de felicidade, que a bondade de Deus colocou-nos unidos ali, fazendo escotismo, gostoso, aprazível, delicioso. Agradável noite de amor indelével, indestrutível e duradouro.

                    Ah! Saudades que passam que ficam. Suspiro apaixonado por um fogo qualquer. Ali amigos fraternos, amigos eternos sorriem naquela noite maravilhosa que em só um momento trouxe canções, vozes a entoar, gorjeios em noite de luar. São canções lindas, frases sinceras, amor de primavera. Linhas inexistentes, fronteiras abertas demarcações riscadas. Nada impede celebrar ou enaltecer o fraternal companheiro. Um parceiro, um amigo, um colega um camarada meu mano. É ali naquele fogo, tão primoroso iremos guardar saudades eternas, um dia vamos sentir falta, lembrar-se de algo, trazer na memória coisas antigas, pensar em tê-las de volta. Mas o fogo, o trinar do canto da fogueira, um olhar tão amigo, um certo sorriso e dizer: Adeus fogo, adeus...

                 Que o vento do norte, do sul e do leste, que o vento do oeste um dia deixe voltar às fagulhas daquela fogueira, aquela ternura do passado, quem sabe fazer delas o presente e uma esperança do futuro. Com as mãos entrelaçadas, ao redor do calor, sorrir cantando que não é mais que um até logo, não é mais que um breve adeus. Manter a esperança que tudo vai voltar e que aquelas saudades eternas serão para cada um de nós o caminho que vai nos levar a paz!