domingo, 20 de novembro de 2016

Nem sempre ser moderno é o melhor caminho.


Crônicas de um Velho Chefe Escoteiro.
Nem sempre ser moderno é o melhor caminho.

           Não se discute. Quem fica parado é poste. Temos que evoluir, mas como? Estou me referindo ao novo escotismo. Tem mesmo um escotismo novo na praça? Alguns dizem que sim outros dizem que não. De uma coisa eu garanto os sonhos do escotismo do passado ainda prevalece até hoje. Quando eu ou algum dos meus amigos que postam aqui no Facebook artigos relacionados à técnica escoteira, métodos, simbolismo e místicas além de programas dos anos sessenta, Manuais de diversos de campismo escritos por Chefes há muitos anos e outros principalmente relacionados com Baden-Powell a leitura e a procura duplica. Por quê? Bem dizem alguns cursantes de hoje que não se encontra mais nos cursos realizados principalmente os que adotam o sistema moderno de ensino que hoje se pratica no escotismo.

           Quem sabe não estamos vendo com olhos de lince o caminho que estamos percorrendo. Sempre fomos ontem e hoje dependentes do conhecimento dos nossos chefes. A base principal que é a formação dos Insígnia de Madeira mudou muito do passado para o presente. Se antes o curso avançado era fatiado em três partes, sendo uma de campo, outra de um questionário e a última de observação hoje não existe mais esta exigência. As técnicas foram suprimidas por discussões modernas voltadas para preocupações atuais como o ECA e temas Institucionais. Se antes nossos chefes tinham grande conhecimento do método de Baden-Powell e os cursos eram voltados para o programa de sessão hoje não mais. Pelo menos é assim que alguns comentam.

           Se para ser um IM havia um longo caminho a percorrer hoje foi encurtado. De um curso de 8 a 10 dias hoje se faz em três dias e alguns estados já estudam fazê-los por correspondência. Se antes os pretensos cursantes se preparavam com antecedência principalmente reservando parte de suas férias para participarem hoje basta participar em fins de semana alternados. Se antes havia uma exigência de conhecimentos básicos na liderança da sessão hoje são poucos estados que assim o fazem. Basta dizer que um curso de modalidade ou ramos não tem mais a exigência de estar participando diretamente na sessão (salvo o Diretor Técnico). Ver in-locum nas sessões eram condições primordiais para se receber a IM.

            Houve sim uma melhora na apresentação dos manuais, mas na minha modesta opinião desvirtuou-se o conteúdo. O curriculum principal do método de cada ramo foi substituído em partes por temas que se julgam mais modernos, como se todo pretenso voluntário tivesse a obrigação de conhecimentos de leis institucionais, principalmente a obrigação de saber como manusear técnicas de computação, como se isto fosse mais importante que vivenciar um Sistema de Patrulhas ou mesmo a Mística da Jângal, pois são as bases do escotismo em todos os tempos.
           Por outro lado a preparação de um futuro formador eram cercadas de cuidados para evitar que o curso se enveredasse por trilhas senão aquelas oriundas de Gilwell Park. Um DCB (Diretor de Curso Básico) teria que mostrar excelentes condições e ter experiência necessária no ramo que seria escolhido. Como dar vasão a conhecimentos se o pretenso candidato não tivesse conhecimento suficiente e êxitos na liderança de sua sessão escolhida? Como alguém poderia dirigir sem saber o caminho que deveria seguir para ter êxito? O escolhido ficava pelo menos um ano participando e aprendendo com os mais velhos formadores até ser observado em dois ou três cursos se estava apto a liderar no futuro qualquer curso dentro de sua especialidade.

           A escolha de um DCIM (Diretor de Curso da Insignia de Madeira) era composta de exigências bem maiores. Pelo menos não poderia ser um amador no ramo que iria colaborar. Anos e anos para ter esta condição. Disseram-me que hoje os avançados para formadores dão a todos os participantes direitos de serem escolhidos mesmo que a experiência em tropas ou alcateias não tenha sido comprovada de fato. O tempo foi outro fator preponderante nas técnicas consideradas modernas. Enquanto no passado conforme já comentei se vivenciava em uma matilha ou uma patrulha por longo tempo de aprendizado, pois o Velho chavão de B-P Aprender a fazer fazendo era real e vivenciado na prática de novo vou no caminho da informação de terceiros que em alguns casos pouco se dá atenção a isto nos dias de hoje.

            Se antes um curso da IM no campo era realizado em oito dias e com manuais mimeografados e traduções escritas a caneta para melhor compreensão (eram em Inglês e oriundo de Gilwell) levando em consideração de cinco dias para o IM de Lobos, hoje cada vez mais se diminuem estas exigências. A formação e preparação de um Escotista tem deixado muito a desejar e mesmo com as novas formas de ajuda pessoal como o APF (Assessor Pessoal de Formação) o que acontece é que a maioria das sessões tem perdido ano a ano os jovens que ingressaram no escotismo por considerarem os programas não chamativos como no passado. Claro que tínhamos também naquela época chefes sem qualificação, mas em menor escala.


          O tema é longo. Comentar aqui como era desenvolvido o programa em cursos no passado para poder ter um comparativo com o atual prefiro o fazer em outra ocasião. Os cursantes daquela época recebiam conhecimentos necessários para sua atividade nas modalidades e ramos a que pertenciam visando o método e o aprender a fazer fazendo. Sei que muitos que lerem estes comentários irão discordar o que é um direito a todos. Mas fica sempre minha observação final: - E os resultados? Eles estão sendo bons? Os cursos dão condições aos novos de desenvolver os programas? Existe uma preocupação com a evasão? Os jovens estão sendo consultados ou mesmo questionados o porquê estão saindo? Sem maiores delongas continuo em próximo artigo mesmo sabendo que estou malhando em ferro frio e sem uma perspectiva melhor do nosso crescimento em qualidade e quantidade. Sempre Alerta.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Conversa ao Pé do Fogo. Um dia como outro qualquer...


Conversa ao Pé do Fogo.
Um dia como outro qualquer...

               Não sou perfeito, tenho defeitos e muitas vezes errado na forma de comentar ou escrever. Sempre achei que o escotismo é fácil demais para praticar e realizar. Sempre soube que ele é dos jovens e sempre entendi meu papel quando me tornei adulto. Ninguem discute que o adulto está lá para ajudá-los na formação moral cívica e espiritual. Poderíamos dizer que seu método é simples demais. Quando B-P viu os jovens ingleses praticando seus ensinamentos nos seus fascículos “Scouting for boys” ele logo sentiu a chama de seu tempo em Charterhouse um aventureiro que se sentia bem nos bosques dos arredores. Suas ideias não tinham ainda sido pinceladas por psicólogos ou pensadores como hoje apesar de que teve muita colaboração de amigos militares ou não.

Dizer de sua experiência na Ilha de Brownsea, onde aprendeu com as patrulhas Maçarico, Corvo, Lobo ou Touro foi muito importante no que pensava ser um método não único, mas exclusivo para a formação dos rapazes. O Escotismo para Rapazes foi à base de tudo. Se considerarmos sua experiência na Guerra de Transvaal ou no cerco de Mafeking poderíamos dizer que Frederick Roussel Burnham teve grande responsabilidade pelo seu sucesso. Foi onde surgiu o Chapéu Stetson pela primeira vez e hoje no Brasil escondido por falta de interesse dos nossos dirigentes da EB. Não adianta pensar que os Ashantis os nativos que tanto o temiam o tenham apelidado de Impisa “O Lobo que nunca dorme”. Aids To Scouting (ajuda a exploração militar) percorreu mundo.

Se nos primórdios o escotismo era feito de forma simples, sem complicação, totalmente voltado para os jovens os tempos e os adultos se encarregaram de mudar a antiga idéia das atividades ao ar livre para uma escola de meninos que pouco difere das atividades escolares ou na sua vida pessoal. O fazer fazendo, o sonho do acampamento, as grandes aventuras estão agora estigmatizadas por normas e exigências. Os jovens estão indo embora. Quase não ficam muito tempo no escotismo.

Dizem que o escotismo no mundo de hoje globalizado não pode mais se prender as suas origens do passado. O passado se foi e o presente é outro. Se no passado de ontem os jovens eram mais acolhedores, mais sonhadores, mais participativos e mais educados, eles ao seu modo ainda sonhavam em ser um explorador de horizontes, um herói ou um conquistador de aventuras. Hoje os adultos lhe deram a pecha diferente. Quando digo os adultos é porque só eles falam pelos jovens. Não existem pesquisas, incentivo nada para que o jovem possa dar opinião no seu crescimento. Nossos lideres não procuram ouvi-los quando querem modificar ou impingir um novo programa para eles. Pensei que o Nucleo dos Jovens lideres teriam lugar nas mudanças que são feitas. Primeiro não são tão jovens (de 16 a 27 anos) e segundo ainda não vi nada importante que fizeram.

  Compare você mesmo como esta modernidade está impingindo na mentalidade da formação da juventude. Crianças politizadas, fechando escolas, crianças que não conversam presos a uma telinha de um celular. Crianças que não tem responsabilidades com horários chegando atrasados até mesmo no seu crescimento quando se prestam a fazer um vestibular ou ENEM. Crianças que chamam os mais velhos de você, de mano, de tio etc. E isto sob o aplauso dos novos pensadores e psicólogos que vem na sociedade moderna o melhor caminho.

Se antes os chefes eram apenas adultos crianças, capazes de se colocar ao mesmo nível dos seus jovens, compreender a suas necessidades, aspirações e desejos sem deixar de argumentar que a preocupação era com cada um individualmente, hoje nossos lideres pensam de maneira diferente. Falar no escotismo simples sem pomposidade ou grandiosidade, insistir no Sistema de Patrulhas que hoje é pouco divulgado, falar no escotismo dos jovens feito para eles e não os adultos que cercam, falar em saber ouvir e sentir o que pensam está tudo mudado. Os cursos hoje com raras exceções tem currículos diferentes. Quem sabe está mesmo chegando a hora do Escotismo Escola, o escotismo do SIGUE, o escotismo institucional nada que trezentos e poucos reais por dois dias possa ajudar ao novo Chefe no seu conhecimento, sem esquecer as várias formas de pagamento com cartões...

Enquanto isto vamos vendo os jovens sentadinhos ouvindo o adulto sabe tudo, ou fazendo o escotismo de filas como na escola para onde quer que vão ou até o escotismo de Camping que muitos insistem em fazer. Enfim, este não é e nunca foi meu escotismo. Agradeço a Deus pelas oportunidades que tive, de acampar centenas de vezes, de aventurar-se por lugares desconhecidos, por poder conversar abertamente com meu Chefe que não ficava a me dizer o que fazer. Ainda penso naquele escotismo que muitos dizem ser ultrapassado. Pois é “Aids To Scouting” ficou no passado.


 Difícil voltar no tempo e fazer escotismo de outras eras. Hoje o escotismo de demanda tem sua nova forma empresarial. Os valores vem em primeiro lugar.  Perspectivas de mudança ainda não surgiu no horizonte. A aceitação de tudo sem pedir a palavra ou emitir uma opinião nos tornou somente seguidores. Não posso afirmar se Baden-Powell concordaria com tudo isto ou não. Afinal temos aí centenas de chefes e dirigentes para contradizer suas ideias. Enquanto isto vemos um escotismo que vai aos poucos fugindo de suas tradições e que poucos participantes ainda guardam boas lembranças para propagandear ao mundo o que fez, aprendeu e as vantagens de ter sido Escoteiro!

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Porque perder as esperanças...


Porque perder as esperanças...

             Terça feira “braba” sem sol, algum chuvisco, mas eu não iria fugir. Era dia de caminhar, mochila nas costas, farnel no bornal, bastão e bandeira ao vento lá ia eu para o Grande Acampamento. Trilha gostosa, passarinhada cantante, lá no regato peixinhos a nadar. E eis que na curva do caminho surge Ele, o Senhor Todo Poderoso. – Vado Escoteiro, Ele me interpelou. – “Quo vadis”? Poderia ter respondido que agora eu vou para aquele que me enviou, e ninguém iria me perguntar novamente: - Para onde vais? (João 16:5). – Mestre! Eu vou acampar. – Ele sorriu beatificamente. – Com esta idade? Mestre! Senhor Todo Poderoso, eu sou Escoteiro, se não acampar serei um pária, um impuro nos meus pensamentos palavras e ações. Não posso ser um intocável afinal tenho que marchar pela grandeza do Brasil. O Mestre sorriu lindamente. – Vado Escoteiro, ele disse – Não sabe o que está acontecendo? O país vira-se para o ar, o vento parou de soprar. Duvidas estão por aí procurando seu lugar e você meu amigo vai acampar?

              Parei, olhei para Ele e me ajoelhei. – Perdão Mestre, mas o que eu posso fazer? Não sou nada, apenas um velhote Escoteiro que tem a filosofia Badeniana no peito e no coração. Não entendendo de politica, não quero me intrometer. Diga-me Mestre, afinal a culpa de tudo isto não é da plebe? Não foi ela quem elegeu os sacripantas! A Própria direção escoteira não tem lá uma cambada que são chamados de Correligionários Escoteiros? Eu não vou me meter nesta cumbuca! – Não fuja Vado Escoteiro, sua hora chegou. Vou lhe dar plenos poderes para consertar o país e fazer o que quiser! – Nossa! Quanta honra! Se a UEB soubesse disto correria atrás de mim para uma “verbinha” qualquer! Eles adoram um dinheirinho no caixa. – Agora me diga, com plenos poderes o que irá fazer para consertar a nação? – Pensei que poderia baixar uma lei obrigando a todos serem escoteiros por dez anos. Mas isto seria imposição e eu sou um democrata da cabeça aos pés! – Não do CAN ou da DEN nada disto. Democrata, democracia.

            Agora me diga quais serão suas primeiras providencias? Disse o Mestre. – Senhor, deixe-me pensar. – O Cunha iria ficar vinte anos na Ilha das Cobras. Um bom lugar para ele morar. A Dilma daria uma passagem só de ida para a Rússia. Trabalhar para o Putin por trinta anos. O danado do russo não larga mão do seu cargo. Sei que o povo russo iria esbravejar, mas cada um tem o que merece. O Lula junto com seus amigos, uma passagem para o Islã. Não aquele leal, e sim aqueles que adoram cortar uma cabecinha vestido de vermelho. Afinal ele não adora o vermelho? Vou dar a ele uma metralhadora israelense sem balas e colocar ele na linha de frente. Tem mais Mestre, o Temer não fica. Sei que sua esposa é linda, mas irá passar uma temporada em Bangladesh. No campo é claro, Sem cargo, uma casinha no campo, uma enxada e meio saco de arroz para plantar. O Aécio e o Alkmin passariam uma temporada em Cuba fazendo comida e dando banho no Fidel por dez anos.

               - Mas acha que isto resolve? Perguntou o Mestre. – Sei que não. Tenho que dar um jeito no Lewandowski. O Cara é chato prá xuxú. Tem uma conversinha para boi dormir. Ponho ele para varrer o supremo e coloco lá o Moro. Este sim é meu herói! – Mas ele nunca foi escoteiro! – Disse o Mestre. Não foi, mas vou dizer para ele quando assumir chamar no supremo o CAN e o DEN da EB. Dar a eles 24 horas para voltar o nome que fez história – UEB! Cancelar tudo que ela mudou. Voltar a Jornada de primeira classe, as estrelas de metal e a Flor de Lis original - E o que vai fazer com o congresso? – Mestre, ali quase não sobra ninguém. Colocarei em volta as Forças Armadas e transformarei aquela cambada em um grande Big-Brother. O Bial iria morar lá também para aprender a deixar de ser chato. Todos a pão e água sem prêmio. Dois anos para ver quem vai ser o campeão. Kkkkkk.

                      – Porque está rindo Vado Escoteiro, não tem coração? – Mestre, estou dando uma oportunidade a todos eles. E quem sair de lá não vai morrer de fome. Levarei a cambada do Congresso Nacional para o Pico da Neblina no Amazonas e eles irão para lá plantar mandioca e colher Látex das Seringueiras! – Eu estava empolgado, fazia mil planos, esqueci até mesmo do meu acampamento. Iria levar o Ex-Ministro Joaquim Barbosa e a Carmem Lucia do Supremo para me auxiliar. Quem sabe iria fazer uma grande Indaba com meus amigos aqui do Facebook para me darei ideias e me ajudar. Não sei se todos são de confiança, mas tenho que acreditar na palavra escoteira. – Finalmente o Mestre disse – Olha, a partir de agora, você é meu representante na terra. Faça o que quiser! – Posso mesmo mestre? Posso mandar para Ciudad Juárez no estado de Chihuahua no México o Donald Trump? Olhe para ele não se sentir só, quem sabe vai também a Hilary Clinton?

                – Tudo bem Vado Escoteiro disse o Mestre, mas tome cuidado. Belzebu e Satanás vão estar atrás de você. Se for forte e cheio de ideais escoteiros tudo bem se não meu amigo não tenho como ajudá-lo. Vais morar para sempre nas "Prefundas do Inferno”! - “Mama mia”! Comecei a suar. Muita responsabilidade para consertar o Brasil. Pensei em consultar Baden-Powell no Grande Acampamento, mas soube que lá estava lotado e ele perdeu seu lugar de chefão conforme alterações no novo Estatuto da EB. Levantei dei adeus para o Mestre e parti com mil planos para colocar em ação. No caminho o sol sumiu. Nuvens negras no ar. Repetia comigo: - Nuvens baixas cor de cobre, é temporal que se descobre! Chuva agora? No alto da montanha ouvi uma gargalhada do capeta, na curva do Boi Bravo vi o Demo o Coisa ruim, o diabo e satanás a me esperar.


                   Comecei a tremer. Falta de ar! Não conseguia gritar a voz falhava. Alguém me beliscava me balançava. – Marido! Marido! De novo com pesadelos? – Acordei, olhei para a Célia. Graças a Deus e dei um beijão nela. Que me desculpe o Mestre, mas eu não vou me meter neste “imbróglio”. Impeachment da Dilma, o Temer presidente, o Cunha no xilindró, seja lá o que for melhor é escrever meus contos e histórias. Lá sim estou em casa. Nos meus contos e histórias eu sou sempre herói!

domingo, 13 de novembro de 2016

Vale a pena ler de novo. Ser poeta!


Vale a pena ler de novo.
Ser poeta!

A bela “Ragazza Escoteira” me perguntou:
- Chefe, como faço para ser poeta?
– Eu sem saber o que dizer ousei lembrar outro poeta:
- Queria ser poeta, mais poeta não posso ser, por que poeta só pensa muito e eu só penso em escrever! Ah! Eu queria ser poeta, transformar sonhos de despedidas em uma doce saudade... E quem sabe tê-los entre as mãos e vivê-los de verdade... Quem sabe chorar, sorrir, sem medo de viver, aprender a amar a vida e de joelhos, sorrir ao me olhar no espelho.

Eu queria mesmo ser poeta, agradecer a Deus em cada anoitecer, cantar e amar cada minuto vivido, e ao acordar lembrar-me dos meus desejos adormecidos, sabendo que foi bom enquanto durou. Eu queria ser poeta, amar e ser amado intensamente... Ter o passado e o futuro presente, fazer da minha vida uma sublime oração...

- Ela me olhou sorrindo.
- tudo isto Chefe?

- É linda escoteira, ser poeta é desafiar a própria mente, é sentir o mundo em redor, é ouvir a voz silenciosa do que o rodeia, é criar das coisas da vida frases de belas cores! É saber escrever textos de diferentes sensações, é ver no sol que nasce a lua que irá chegar... É saber mudar as desgraças fazendo surgir às alegrias, e do frio criar o calor! Quem sabe fazer dos sonhos realidades, deixar o sofrimento e a dor de lado. É olhar para uma simples flor à noite e conseguir ver sua cor...

- Tudo isto Chefe?
- Sorri para ela e continuei: - É sentir no peito a natureza, no coração o vislumbrar da sua beleza, ouvir os rios, sentir a brisa e ouvir a melodia da vida.

- Assim bela “Ragazza” se em tudo conseguir ver a beleza, e em tudo ouvir uma canção, então será poeta e o que escrever com firmeza sai de dentro do coração!  

sábado, 12 de novembro de 2016

Sábado uma feliz reunião escoteira para você.


Hoje tem reunião é alegria de montão!

Na cidade de Viveiros, tem um grupo de Escoteiros.
São amigos cordiais, todos eles são leais.
Aos sábados tem reunião, é dia de muita ação.
Zezé e Maria D’Ouro são da patrulha do Touro.
Diana e Godofredo são da patrulha Morcego.

Eles correm contra o vento, pois vai ter acampamento.
O Chefe Noel e Massa, são amigos boa praça.
Não importa qual sessão, todos são como irmãos.
Os pais dão todo apoio, separam o trigo do joio.
Não há cor e nem raça, todos são boa praça.

E no cerimonial de bandeira, se vê a raça escoteira.
Orgulho do céu cor de anil, do seu amado Brasil.
E diz o Chefe João, a Bandeira em saudação!
É hora do orgulho da raça, dos lobinhos sua caça.
Na ferradura sem grafia, se vê uma linda filosofia.

E não esqueçam irmãos, pois hoje tem reunião.

E dia de paz e amor, é alegria de montão! 

quinta-feira, 10 de novembro de 2016

Eles estão saindo do escotismo... Por quê? Parte I.


Conversa ao pé do fogo.
Eles estão saindo do escotismo... Por quê? Parte I.

“Ele entrou para o escotismo pensando que seria um aventureiro, um explorador, um herói que sempre sonhou. Assustou quando viu que não era. Tudo era igual a sua casa, a sua escola e ele tinha uma internet melhor do que o que viu ali. Partiu para outra. Ali não era o seu lugar”. Seus amigos de bairro tinham programa melhor.

                          Porque estão saindo? Se isto acontece tem motivo. Mas quais? Até hoje ainda não temos uma politica de contenção para diminuir esta evasão. Nem mesmo sabemos quais os reais motivos. Temos sim bons chefes que com sua experiência apontam diversos fatores. Vejamos o que esta evasão produz de mal: - A qualidade não cresce a quantidade idem, o que pensava BP que precisaríamos segurar o jovem por pelo menos dez anos não acontece mais. A evasão é tão grande que mais parece um sistema rotativo de entra um sai outro. À medida que a juventude cresce, passa a integrar a sociedade como um todo. Se aqueles que passaram pelas fileiras Escoteiras e não tem boas lembranças, dificilmente serão os que irão fazer um proselitismo das vantagens educacionais do escotismo. Sabemos que não somos reconhecidos pelas autoridades em nosso país. Ainda não aprendemos a mostrar nossa força claro, se há temos. Poucos estão devidamente preparados para em poucas palavras, dizer o que somos e o que pretendemos.

                         Todos que tem uma explicação ela para nos escaninhos da UEB. Não tem continuidade. Quem perde com isto é o Movimento Escoteiro. Sei que muitos poderiam dizer o porquê não crescemos, o porquê não existe mais aquela procura do passado e teremos outros que bem formados no escotismo terão exemplos pessoais para dar. Sem entrar aqui no mérito do conhecimento, ou da afirmação que está tudo bem, irei apresentar em quatro artigos sucessivos, minha opinião vivenciada no escotismo que conheci. Não pretendo entrar em desacordo com nenhum dos que discordam, mas lembro de que só iremos estancar esta sangria quando nos dispusermos a analisar, pesquisar, conversar e aceitar sugestões dos diversos núcleos Escoteiros do país. Isto englobaria todos, desde o mais humilde grupo até a Direção Nacional. Citaria de antemão quatro motivos do porque muitos estão abandonando as fileiras do escotismo:

- Programa. Ele não atinge os objetivos para motivar os jovens.
- Apresentação pessoal. A vestimenta não trouxe os resultados esperados.
- Formação qualificação do Chefe. Os cursos hoje estão mais preocupados em temas não técnicos e a metodologia Bipidiana foi substituída pela modernidade.
- Ouvir sempre o ponto de vista do jovem. Dizem que sim, mas não está sendo feito.

               Abordarei proximamente em cada tema minha opinião sem fugir dos padrões atuais. Não basta, no entanto escrever sem que haja uma discussão por todos que participam do movimento. Complemento que para isto uma pesquisa de opinião de âmbito nacional teria muita validade para se chegar a um meio termo. Não me considero um expert no tema. O que deixo transparecer foi aprendido por uma vida dedicada ao movimento. Deste os sete anos até hoje. Sem motivar, valorizar, ouvir e elogiar não teremos uma participação efetiva. Se que se analisarmos melhor cada caso é um caso. Cada Grupo Escoteiro tem sua personalidade própria. Sem entrar no mérito de cada tema o que deixo para análise dos leitores meus amigos não entro mais profundamente no mérito de cada exposição. A charge em anexo vale mais que mil palavras.

O QUE ELE PENSOU QUANDO ENTROU NO ESCOTISMO?
Ele pensou que seria assim: Diferente de sua escola, diferente do que fazia com seus amigos do bairro, ele poderia ter aventuras que nunca teve, aprenderia no campo a vida de um explorador. Iria colocar uma mochila e sair por aí a excursionar. Iria acampar muitas vezes, iria dormir em barracas, ver a estrela no céu. Iria construir Ninhos de Águia, escada de cordas, iria subir e descer de uma árvore por nós incríveis que iria aprender. Atravessaria rios e vales em Falsa Baiana, em Comando Crow. Aprenderia a fazer pontes, jangadas, iria explorar cavernas, bosques, montanhas e tantos mais. Iria correr pelos campos, ver pássaros incríveis, seguir pistas na floresta, descobrir uma nascente, pescar um belo peixe, e com sua bandeirola iria enviar mensagens por enormes distâncias, o Morse à noite com sua lanterna iria brilhar, e os jogos especiais? Ele um índio ou um soldado? Que bela maquiagem faria. Os famosos boina verdes seria pé de chinelo perto dele. Iria se preparar para o negrume da noite, acender um fogo, pular uma fogueira e cantar! Representar com seus amigos, contar uma bela história. Iria aprender dezenas de nós Escoteiros e marinheiros. Iria aprender a seguir o rumo, dominar uma bússola, ler mapas e partir para grandes atividades aventureiras. Teria seu cantil para beber água da fonte, teria sua faca mateira. Iria aprender a usar seu facão, seu canivete e quem sabe gritar alto: - Madeira!

PORQUE ELE DEIXOU O ESCOTISMO?
Não foi o que pensava. Tempo demais na bandeira, tempo demais do palavrório, Monitor mandão, sala com cadeiras e ficar sentado vendo chefes escrevendo, desenhando sinais de pista. Tudo igual ao que ele fazia todos os dias na escola. Um Monitor a sua frente ensinando sinais, nós, tempo demais. E os jogos? Sem graça, ele preferia um racha de futebol. Pelo menos se divertiria. Uma patrulha desanimada, poucos frequentando, a maioria faltando ou saindo. E ele se lembrou do seu Professor a exigir silencio e atenção. E as filas? Iguais as que fazia na escola todos os dias esperando uma ordem de um adulto demorada. Lembrou-se das suas viagens pela internet, da sua casa, e pensou que tudo ali era igual. E os sorrisos, os elogios e os abraços? Quase nenhum. Queria fazer a promessa, mas como demorou. Chegou afinal à conclusão que ficar com seus amigos do bairro era melhor.

                  Pois é, a charge diz tudo. Pode ser um dos principais motivos da saída do Escoteiro, do Chefe que não teve respaldo, do diretor que nunca foi elogiado. Não vou dizer do antigo programa de classes que foi suprimido e substituído. Ele poderia ter continuado com suaves modificações que o tempo se encarregaria de mostrar. Pelo menos era mais aventureiro. Mostrava como viver a vida de um mateiro, um explorador. O que aconteceu foi que bruscamente mudaram. Ninguém foi consultado. A UEB não se manifesta. Os cursantes não aprendem como agir.


                      Fiquem a vontade para comentar, copiar, compartilhar, discordar e sugerir. Não sou o dono da verdade, a única coisa que posso afirmar é que a evasão no passado não foi tanta assim. Era comum as patrulhas permanecerem juntas por anos e anos. Mas vamos descobrir juntos a verdade. Conto com você! Aguarde a parte II.

segunda-feira, 7 de novembro de 2016

Virgulino, um repórter da patrulha Condor.


Conversa ao pé do fogo.
Virgulino, um repórter da patrulha Condor.

               - Boa tarde Chefe! – O que foi Virgulino? – Chefe o senhor devia dizer boa tarde! Não vê que estou lhe entrevistando? Não foi o senhor quem disse que eu devia praticar para tirar a especialidade de repórter? – Chefe Nonô olhou Virgulino de soslaio. – Agora Virgulino? É hora de reunião! – Mas é sobre isto que quero entrevistar! – Certo cinco minutos está bem? – O suficiente Chefe. – Então comece, pois tenho muitas coisas ainda para fazer e não estou aqui por sua conta!

- Seu nome? - - Antonio Nonato apelido de Nonô. -  Idade? - 28 anos. - Nasceu onde? (Chefe Nonô coçou a cabeça, mas queria demonstrar boa vontade). Em Pedra do Sino, Minas Gerais. – Porque resolveu ser Chefe? – Porque nunca fui Escoteiro e gosto disto – O senhor se acha um bom Chefe? – (Chefe Nonô coçou o gogó, notou que estava sendo encurralado) – Bem pelo menos ninguém até agora reclamou! – Chefe, porque o Senhor veste o uniforme aqui na sede? – Porque não tenho tempo e venho correndo para ensinar a vocês! – Chefe o Senhor acha correto isto? Não é um mau exemplo? – Chega, faça outra pergunta ou se mande para sua patrulha! Chefe o que o Senhor acha dos jovens quando querem dar uma opinião sobre a reunião? – Porque não? Sempre que fui procurado eu ouvi tudo que tinham a dizer! – Só ouve e mais nada? – O que você queria mais? – O Raimundo disse ao Senhor que os jogos estavam repetidos e sem graça, o que o Senhor fez? – (Chefe Nonô não estava gostando do rumo da entrevista) – Acho que o Raimundo quer muita coisa e não dá nada em troca! – O que ele deveria dar em troca Chefe? – Ser mais frequente, mais assíduo, mais leal, porque ele reclama com vocês e não reclama comigo? – Chefe não seria porque o Senhor não dá satisfação a ninguém?

- A coisa estava esquentando para o Chefe Nonô. Seria melhor encerrar ali antes que ele perdesse a paciência – Chefe! Continuou Virgulino – O que é aprender a fazer fazendo? – Só a frase por si só se explica, será que você não entendeu? – Chefe porque o Senhor não deixa a gente aprender nos acampamentos? – E quem disse que não deixo? – Chefe o Senhor só fica nas patrulhas fazendo tudo, reclamando, e querendo demonstrar que sabe tudo, dizendo que é assim e assado e a gente acaba desistindo! O Senhor não Acha? – Não acho! Gritou o Chefe Nonô. Eu sou amigo de todos! Estou ali para ajudar vocês! – Amigo? E porque suspendeu o Armandinho por dois meses? – Chefe Nonô estava agora fulo, um escoteirinho o desafiando? – Suspendi porque ele foi malcriado, não respeitava mais a patrulha! – Chefe e porque não discutiu o assunto na Corte de Honra? E porque não falou com os pais dele? – Porque não quiz!!!! Gritou. – Eu sou o Chefe aqui e pronto e não tenho que lhe dar satisfações! Faço o que acho que devo fazer! – Chefe, porque o Senhor está vermelho e tremendo? – Vá para sua patrulha e cale a boca! – Qual patrulha Chefe? O Senhor não viu que não veio ninguém dela hoje?

- Chefe Nonô quase deu uns petelecos em Virgulino. Custou a se acalmar. Deu três apitos e formou a tropa. Não passavam de doze. A maioria não veio à reunião. – Ele com raiva gritou com todo mundo: - Avisem aos patrulheiros que não vieram, que os que não comparecerem no sábado estão suspenso por noventa dias! E não vão mais ao acampamento – Virgulino levantou o braço: - Chefe! Qual acampamento? Tem oito meses que só ficamos aqui na sede, e só vamos a praça catar lixo e mais nada? – Você acha que eu posso ficar a disposição de vocês? Eu tenho mais o que fazer!  –  Chefe! - O que foi desta vez Virgulino? – Porque vai suspender os que não vieram? Eles não vão voltar mesmo! – Chefe Nonô não aguentou mais. – Virgulino? – Sim Chefe! - Esqueça a especialidade de repórter. Você não passou e não tem condições de receber o distintivo! - Virgulino riu baixinho. – Porque está rindo? Perguntou o Chefe. – Eu rindo Chefe? Estou é pensando se no próximo sábado voltarei aqui. Vou pensar bastante na semana! – Se quiser sumir, suma! Disse o Chefe. Aqui só tem machos, homens de verdade! Quem é mole e covarde não serve para ser Escoteiro! – Toda a tropa calou. Todos olharam para baixo. Não tinham mais o que dizer.

- E vou falar para todos vocês! Aqueles que não quiserem vir, que não venha mais. Eu me sacrifico, me mato, dou duro e venho aqui todos os sábados, estou cansado, e vocês não agradecem? Que sumam e não voltem mais! Escoteiro que é Escoteiro sabe sorrir nas dificuldades – Uma vozinha lá no fim da fila gritou – Chefe o que nós estamos fazendo aqui?


( Tire você suas próprias conclusões leitor!).    

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

A DISPOSIÇÃO DE TODOS UM MANUAL EM PDF SÓ DE TÉCNICAS ESCOTEIRAS.


A DISPOSIÇÃO DE TODOS UM MANUAL EM PDF SÓ DE TÉCNICAS ESCOTEIRAS.

Durante algumas semanas pesquisando na Internet, consegui vários artigos interessantes sobre técnicas Escoteiras. Acredito ser de muita valia aos novos chefes iniciantes. Composto só de Técnicas Escoteiras, é quase completo em seu teor. Exemplos de alguns temas sugeridos: Pioneiras (tudo que deve ser sugerido em um acampamento), construções de pontes e torres, abrigos, balsas, catapultas, portais, cozinha, lenheiros, fogueiras (diversos tipos), fogo de conselho (tudo sobre programas, estilos, apresentações, tipos de fogos etc.), falcaças e costuras, comandos manuais, vozes de comando para lobos, sinais escoteiros, barracas, utilidades do lenço Escoteiro, inspeção de Gilwell, orientação pelas estrelas e muito mais. Todos com desenhos e ilustrações que mostram como fazer. Não é um manual daqueles impressos pela UEB bonito e colorido já que foram retirados de Unidades Didáticas, mas tem uma vantagem: - É de graça! 63 paginas para você encadernar.

Se tiver interesse, me mande um e-mail na minha caixa postal que enviarei para você gratuitamente: ferrazosvaldo@bol.com.br
Por gentileza, escreva para mim dizendo: - Chefe me mande o BLOCO 2, técnicas Escoteiras. Só isto e evite deixar seu endereço aqui, só atendo no meu e-mail.
Boas atividades e um feliz escotismo para você!

quarta-feira, 2 de novembro de 2016

É de pequenino que se torce o pepino.


Conversa ao pé do fogo.
É de pequenino que se torce o pepino.


                        Abro este meu artigo usando as palavras de Eduardo de Almeida Faria. Ele escreveu o que eu sempre quis escrever. Vejamos: Vocês já devem ter ouvido esta frase: - é de pequenino que se torce o pepino. Pois é desde pequeno, que se deve ter o cuidado com a educação, lento processo de aprendizagem, para o desenvolvimento harmônico do ser humano nos seus aspectos intelectual, moral e físico e a sua inserção na sociedade. É ponto pacífico que a educação deve ser cultivada desde o berço, pois é desde pequeno que se molda o caráter. Não é na universidade que se aprende a ser educado. Ali, poder-se-á aprender muita coisa de ciência, conhecimentos que enriquecem o intelecto, mas não se aprende a ser bom e nem educado e, muitas vezes, pela acirrada competitividade as pessoas aprendem também a ser egoístas, a serem más.

                        Se uma pessoa não teve uma boa educação em casa, não será fácil para que ela seja uma pessoa do bem, um ser humano íntegro. É no lar, numa família de bons princípios, bem estruturada, que começa o longo aprendizado para a vida. Aprender a se respeitar, para saber respeitar ao outro, saber onde acabam os seus direitos e começam os direitos dos outros. Para lá da ética e da moral e, não há verdadeira religião sem ética e sem moral, também a religião, e isso não quer dizer qualquer religião, amor e respeito às coisas de Deus deve fazer parte de uma boa educação. Isto não implica que toda a pessoa não crente, não tenha ética ou moral, e não seja pessoa boa, pois até há pessoas ateias, e agnósticas que dão lições de honradez e solidariedade humana há muitos que se dizem religiosos. Mas, também podemos dizer que são casos raros, felizmente.

                      O Brasil está a passar por uma séria crise de valores, impressionante, quase estarrecedora. Ficamos perplexos ao tomar conhecimento no dia-a-dia, pelo noticiário da imprensa falada e escrita, como a corrupção que graça nos altos escalões do governo, no executivo e no legislativo, aqueles que deviam ter conduta irrepreensível.  Seguindo seu exemplo e mais próximo de nós, os celerados, nas nossas cidades, ao ponto de sermos prisioneiros em nossas próprias casas, tal é o descalabro a que chegamos.  São assassinatos, roubos, desamor e desrespeito a crianças e a pessoas idosas. E, não venham com desculpas simplistas, que a grande causa de todas estas mazelas é a pobreza, embora isso tenha seu peso, todos sabemos. Mas a verdadeira pobreza, a maior, é outra, a miséria moral em que chegou nossa nação. As pessoas honestas que trabalham muitas delas, apenas pela sobrevivência, não roubam e muito menos matam, porque será?

                      Perfeito para mim estas observações. O escotismo tem tudo para ser um modelo, ou melhor, um complemento de formação. Não tem características de substituir a família, a religião e a formação escolar. Não podemos esquecer que somos uma força de auxílio, de complemento à formação individual do jovem ou da jovem, nada mais que isto. Como simples chefes escoteiros nem todos nós temos as qualidades básicas de um professor, de um religioso e nem somos pai ou mãe para substituir a educação que compete a eles fornecer aos seus filhos. Temos que no manter no método que B-P nos deixou e só ele já é uma fonte inesgotável para dar outra conotação no crescimento e fortalecimento espiritual no jovem. Para nós é fácil colocá-lo na trilha do aprendizado, pois temos uma Lei uma Promessa e temos o dever moral de deixar que ele faça para aprender até fazer o certo.

                       Todos nós somos providos do direito ao livre arbítrio. Não podemos tirar isto do jovem. No entanto a vida em patrulha, liderando e ser liderado, viver em grupo, aprender a fazer seu rumo e mudar se preciso são princípios que precisa nossa ajuda de ter alguém experiente para lhe mostrar o verdadeiro caminho para o sucesso. Se temos uma lei esta não é para dividir e somar, é para ser seguida fazendo o melhor possivel para acertar. Nunca devemos ser exigentes e taxativos. Fazer o melhor possível vem sempre em primeiro lugar. Não nos compete dizer que a religiosidade não precisa ser seguida e compreendida conforme aprendemos. Direitos e deveres sempre fizeram parte da formação do individuo. Livre arbítrio sim, mas a senda escolhida deve ser observada com rigor. Ainda sou um Velho Escoteiro cujos padrões de moralidade são arraigados na força do respeito, da honra e da palavra empenhada.

                         Estamos vivendo uma época de liberdade tal que me assusta. Muitos a citar que o mundo mudou e que precisamos nos manter nos padrões da modernidade. Os direitos de uns muitas vezes não tem retorno para que os outros também possam ter os seus. Para muitos Deus não tem abertura para ser esquecido. Só podemos abrir mão se a própria família pensar assim e então devemos respeitar a escolha do filho ou a filha. O Escoteiro como escreveu BP, é puro nos seus pensamentos nas suas palavras e nas suas ações. Só isto vale por todos os mandamentos da Lei de Deus. Não é fácil para alguns de nós ouvirmos de alguns jovens que se dizem ateu. Não sabemos se é uma escolha pessoal ou familiar. Se adulto até que é mais fácil entender. De vez em quando penso que se fosse ateu pensaria também assim. Como não sou fico feliz em saber que posso dizer – Deus! Ajude-me meu Deus! Eu preciso de você! Obrigado meu Deus!


                Ainda bem que nas entrelinhas da escolha espiritual a gente sabe, ou melhor, acreditamos que isto é uma passagem. Outros tempos virão. Faz parte do nosso crescimento. Muitos de nós não estaremos aqui para ver tantas mudanças que espero tenham valido a pena principalmente no escotismo. Foram tantas que acredito os novos escotistas não irão se preocupar com mais uma ou duas que possam surgir. Irão aceitar tudo conforme aceitaram até hoje. Já pensou? Não ter mais na promessa a palavra prometo, honra, Deus, pátria, obedecer à lei do Escoteiro. Isto será para nós uma escolha pessoal? Como seria esta nova promessa? Prefiro não pensar e deixo para os jovens iniciantes na senda escoteira a se preocuparem e quando chegar na minha idade ver até onde deu certo. Afinal não são os resultados que interessam?