Epa! A fogueira apagou!
Velho que é metido a sabe
tudo tem hora que é melhor calar.
Sabe aquele dia que dói aqui,
dói ali, e dói acolá? Você sabe que é hora de recolher, mas seu corpo não quer.
Insiste em ficar aqui nesta maquininha infernal atazanando suas ideias e dos
outros. Disseram-me que sorrir faz bem para a saúde e o fígado. Quem sabe eu
posso adaptar uma piada e rir de mim mesmo? Adoro quando dói e alguém diz: Sorria
Escoteiro! Força! Acredite você é um guerreiro! Não é bom? Pois é, pensando bem
porque não postar uma piada nesta linda noite sem lua de fevereiro?
Qual? Qual? Aquela? Não aquela é
apimentada. E a do Português? Nem pensar. Tenho amigos demais lá e muito
respeito. A do papagaio serve? E a do
Joãozinho? Putz! Só piadas que a lei Escoteira não permite. E então a do Pavão
e do Urubu não serve chefe? Dizem que no Movimento escoteiro o que tem de Pavão
não está no gibi. É pavão prá todo lado. E de Urubu então? Porque não transformá-la
em uma piada escoteira? – Gosto de inventar e adaptar. Esta vi na Internet.
- Era um Chefe, ou melhor, um Pavão
Escoteiro. De escotismo que é bom não entendia nada. Ficou seis meses estudando
as poses dos grandes chefões, assistiu a filme de BP. Andava com desenvoltura.
Tinha oito tipos de sorrisos e cinco para mostrar seu desagrado. Queria logo
sua Insígnia para ser convidado a Formador. Quem sabe se conseguisse receberia
os quatro tacos tão sonhado? No seu Grupo Escoteiro foi apelidado de Pavão.
Gostava de pavonear. Não era assim tão antipático, mas sua pose, sua maneira de
mostrar conhecimento aos poucos o tornava vulgar.
- Dizem que um dia o Pavão, ou melhor, o
Chefe Escoteiro pensativo disse para o espelho: - Sou tão bonito, esbelto e
exuberante, admirado pelas chefes de lobinhos e bandeirantes, mas ainda não me
chamam de chefão e nem Impisa, que vontade de ser o lobo que nunca dorme... Que
infeliz sou eu nem formador eu sou!
- Próximo dali, no Grupo Escoteiro
Favelados com amor, um Urubu, ou seja, um Velho Chefe Escoteiro de muitas eras
pensava: - Não sou bonito, falo fanhoso, ando torto com bengala, Banguelo, sei
que tive quatro tacos e conheço escotismo como ninguém. Mas e daí? Não sei
discursar, nem entrar ao vivo no Facebook. Não sei andar bonito, não chamo a atenção
de ninguém quando passo, e nem convidado sou para escoteirar...
- E como nos melhores contos de Grimm,
passeando em um jardim numa bela tarde, os dois se encontraram em uma atividade
escoteira e tiveram uma brilhante ideia. – Ei! Falou o Pavão Escoteiro, porque
não juntamos nossos conhecimentos, nossas habilidades e vamos gerar um
descendente que tenha tudo que você têm e um pouco de mim?
- Pois é... Assim fizeram. Meses depois
eles esperavam seu rebento, e assustados viram nascer um Peru. – Um Peru? –
Isto mesmo, feio de doer, sem uniforme nem vestimenta, sem taco e sem registro
na EB. Um perguntou pru outro: - E agora? O Velho Chefe, ou melhor, o Urubu
comentou: - Ainda bem que sabe falar gluglu e tem um rabo que quando abre
mostra tudo menos à parte que melhor lhe convém. Quem sabe vai ser um ótimo
dirigente escoteiro!
Moral da história: Se a coisa tá ruim, não
inventa. Gambiarra escoteira só da merda!
Nota
– Não pensem que pensei em alguém. Nada disso, o Pavão é conhecido, acho que
não existe ninguém escoteirando que não conhece um. E o Urubu? Quem sabe sou um
deles? Meu fraterno abraço e até outro dia com outro conto. Hã! Desculpe o
palavrão. Tentei um sinônimo e não encontrei. Sempre Alerta.